O tribunal do júri condenou quatro homens pela morte de Marcelo Balbino Correia. As penas juntas somam 85 anos. A vítima foi assassinada em dezembro de 2018 em Caçador, e os réus eram acusados de homicídio com tortura e fogo. Um quinto réu foi absolvido.
O júri popular, realizado na Câmara Municipal de Caçador sob forte esquema de segurança, teve duração de 15h. O juiz André da Silva Silveira leu as sentenças por volta da meia noite.
No decorrer do júri, os cinco acusados negaram a autoria do crime e também negaram fazer parte de alguma facção criminosa.
Testemunhas e policiais também foram ouvidos no júri e relataram que Marcelo, a vítima, tinha sido assaltado e jurado de morte dias antes do crime.
Durante o júri, houve discussões acaloradas entre promotoria e advogados de defesa.
As penas
Luiz Diego Kraiewski – 28 anos de reclusão em regime fechado - externa crueldade, culpabilidade exacerbada, idealizou o crime, tem condenações anteriores, tem maus antecedentes.
Emerson Souza Silveira Mello - 23 anos de reclusão em regime fechado - agravante de reincidência
Edson Souza Silveira – 20 anos em regime fechado – agravante de reincidência
Fabrício Ferreira - 14 anos de reclusão em regime fechado - não houve prova que fez a agressão
Gilmar Pereira de Agostinho Júnior – absolvido
Na acusação atuaram os promotores de justiça Felipe de Oliveira Neiva e Bianca Andreghetti Coelho.
A defesa dos réus ficou por conta dos advogados Márcia Helena da Silva (defensora pública indicada pelo Estado), Jucemara Thibes de Campos e Sandro da Silva de Oliveira.
Durante o júri, acusação e defesa tiveram discussões acaloradas. A promotoria pode entrar com recurso porque não concordou com a absolvição de um dos réus e com a diminuição de pena de outro.
A defesa também estuda entrar com recurso porque não concordou com as penas dos condenados.
O crime
O crime foi cometido há dois anos, em dezembro de 2018, em Caçador. A vítima, Marcelo Balbino Correia, 22 anos, foi atraída até a casa de um dos autores. Ele foi amordaçado, torturado e asfixiado com um fio de luz. Para se ter ideia da violência, as agressões resultaram na fratura de todos os ossos da face de Marcelo.
Em seguida, os acusados enrolaram a vítima em um colchão e atearam fogo, abandonando o corpo em uma estrada no interior do município.
Marcelo Balbino Correia era natural de Juazeiro do Norte, no Ceará, e estava em Caçador há pouco tempo, onde estava trabalhava como vendedor ambulante. Antes disso, ele morava em São Paulo.
Segundo os autos do processo, o crime foi motivado por rivalidade entre facções criminosas.