Sérgio Eduardo Firme foi um dos seis trabalhadores da Prefeitura de Criciúma, no Sul catarinense, que viveu momentos de terror durante a madrugada desta terça-feira (1º). Junto aos colegas de trabalho que pintavam a sinalização nas ruas da cidade, ele foi abordado pelo grupo encapuzado que assaltou uma agência do Banco do Brasil e mobilizou todas as forças de segurança do estado.
Foram cerca de duas horas como escudo humano em meio aos disparos de arma. Segundo o funcionário, um dos assaltantes interagiu durante toda a ação, afirmou que iria deixar dinheiro jogado no chão e orientou para que os reféns pegassem o que ficaria para trás.
O assaltante disse que jogaria 500 mil na rua, orientando os reféns pegarem também, afirmando que o Governo rouba muito e iriam tirar todo o dinheiro do banco.
Durante o tempo que ficaram sobre a mira das armas, os funcionários foram questionados sobre como era viver na cidade, se haviam festas na região e mulher bonita. Os assaltantes afirmaram que voltariam para gastar o dinheiro.
Foragidos, os criminosos fizeram ataques simultâneos em alguns pontos da cidade. Dividido, o bando fortemente armado com metralhadoras e fuzis provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos à cidade e atirou contra o Batalhão da Polícia Militar. Duas pessoas se feriram.
Os funcionários da prefeitura foram rendidos, obrigados a sentar na faixa de pedestre a poucos metros da agência bancária que foi alvo dos bandidos, na Avenida Getúlio Vargas.
O carro da prefeitura usado pelos servidores foi posicionado no meio da rua para dificultar o acesso da polícia. Três dos funcionários deles precisaram também auxiliar no carregamento dos malotes de dinheiro do banco até os veículos dos criminosos.
As placas dos veículos estavam cobertas e escondiam o emplacamento. Ao todo eram 10 carros, todos cheio de gente e o porta-malas lotado de dinheiro. O refém acredita que cerca de 50 pessoas podem estar envolvidas no crime.
Liberação
Conforme relembra Firme, a ação do grupo encerrou perto 2h20. Com o dinheiro nos carros, os criminosos fugiram sentido sul e seguem sendo procurados pelas policiais Civil, Militar e Federal.
Até as 11h, apenas os veículos usados na ação foram encontrados na cidade de Nova Veneza.
Resumo
Cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram uma agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma às 23h50 de segunda-feira (30). A ação durou 1 hora e 45 minutos.
Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos; houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.
Um PM e um vigilante ficaram feridos. Ninguém morreu.
Criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. Valor levado e abandonado não foi calculado até as 7h30. Quatro moradores foram detidos após recolherem R$ 810 mil que ficaram jogados no chão devido a explosão durante o assalto.
Criminosos também deixaram 30 quilos de explosivos para trás. Polícia não sabe o total utilizado.
10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.
Em nota, o Banco do Brasil disse que funcionários não foram feridos, que não há previsão para reabertura da agência e que não informa "valores subtraídos durante ataque às suas dependências".