Está marcado para quinta-feira, 22, o exame de sanidade mental de Rozalba Maria Grime. Ela é acusada de matar uma amiga grávida na cidade de Canelinha, Grande Florianópolis, no dia 27 de agosto. O procedimento será no Instituto Geral de Perícias de Brusque, às 9h30.
Rozalba está presa em Chapecó e voltará ao Vale do Itajaí exclusivamente para fazer o exame, segundo o advogado dela, Rodrigo Goulart. Ele foi nomeado pelo Poder Judiciário para fazer a defesa da mulher após a acusada informar não ter condições de pagar pelo serviço.
O advogado explica que Rozalba irá responder ao perito uma série de perguntas feitas pelo Ministério Público, Justiça e da própria defesa. Caso julgue necessário, o perito pode ainda pedir para ouvir outras pessoas próximas da acusada.
Rodrigo acredita que a mulher possa sofrer de distúrbios psíquicos. Entretanto, afirma que caso seja constatado que ela era capaz de responder por seus atos quando cometeu o crime, vai pedir para o processo ser transferido de comarca, para que "ela tenha um julgamento justo", aponta o advogado.
O pedido de "instauração de incidente de sanidade mental" partiu da antiga defesa de Rozalba e se baseia no "histórico de abortos recorrentes" e "influência de estado puerperal". Ela teria sofrido dois abortos espontâneos, mas não foram apresentados documentos confirmando as alegações.
O Ministério Público de Santa Catarina se manifestou contrário ao exame. Segundo os promotores Alexandre Carrinho Muniz e Mirela Dutra Alberton, não foi comprovado "que a acusada se enquadra nos conceitos aceitos pela medicina como de mulher que teve abortos recorrentes".
Um dia após o crime, ao ser presa, Rozalba foi submetida a um exame pericial. A análise mostrou que ela apresentava "bom estado geral, orientada no tempo e espaço".
Juiz requereu exame
Apesar da posição do Ministério Público, o juiz entendeu que é preciso "assegurar à defesa os instrumentos necessários para que desenvolva a sua linha raciocínio".
Luiz Fernando Pereira de Oliveira disse ainda que a Justiça "não dispõe de qualificação técnica para apreciar a condição de saúde de uma pessoa". A argumentação indica ser necessário um médico e eventuais documentos e histórico de tratamento da acusada.