Na última sessão do ano, realizada nesta terça-feira, 20,
vários deputados que não se reelegeram, que não foram candidatos ou que se
candidataram para outros cargos utilizaram a tribuna para se despedirem da Casa
do Povo e dos colegas.
Dentre os deputados que se despediram está Valdir Cobalchini
(MDB).
“Neste momento a gente se permite despojar um pouco e falar
do ser humano, falar da nossa vida, das nossas aventuras, jamais imaginei que
chegaria aqui, mas tive oportunidade de galgar degrau por degrau. Sempre
procurei estabelecer o diálogo com cada colega e levo de todos, muita saudade”,
declarou Cobalchini.
Cobalchini se elegeu deputado federal e cumprirá seu
primeiro mandato na Câmara Federal, em Brasília.
Moacir Sopelsa (MDB), presidente da Casa e titular de uma
cadeira há 24 anos, agradeceu o apoio dos deputados e da família.
“Foi um ano de eleição, mas teve o respeito, todos se
respeitaram, pudemos votar mais de 300 projetos. Os poderes, todos eles,
independentes, Ministério Público, Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas
cumprimentaram a Casa pela harmonia. Quero agradecer o apoio que tive para ser
presidente, um agradecimento especial à família e desejar a todos um feliz
Natal, de perdão e desejar que 2023 seja um ano de paz, saúde e prosperidade”,
discursou Sopelsa.
Romildo Titon (MDB), há 28 anos deputado, também se despediu
na tribuna.
“Despedida não é bom para ninguém, nem é muito confortável
usar a tribuna em um momento em que encerramos uma carreira política de longos
anos. Quero reconhecer o apoio, o carinho e a amizade que construímos ao longo
dos anos, só tenho a agradecer as oportunidades que tive, agradecer a minha
equipe e os funcionários da Casa. Aqui sai da vida pública um político com a
bandeira da saudade e da gratidão, mas não saio com um pingo de mágoa de
ninguém”, revelou Titon.
Ada de Luca (MDB), Milton Hobus (PSD), Kennedy Nunes (PTB),
Ricardo Alba (União), Marlene Fengler (PSD), Ismael dos Santos (PSD), Valdir
Cobalchini (MDB), Nazareno Martins (Podemos) e Bruno Souza (Novo) também se
despediram do Parlamento.
“Passados quase 16 anos hoje subo à tribuna com a mesma
tremedeira do primeiro dia, hoje venho para agradecer tudo que vivi nesta Casa
e com a imensa sensação de missão cumprida. Foi um tempo de trabalho em favor
dos catarinenses, da defesa dos direitos humanos, da mulher e dos idosos”,
discursou Ada, que brincou com os deputados que não estarão na Assembleia em
2023. “Núcleo antigo, meio que pré-histórico”.
“Hoje é o nosso momento de despedida, nós que estamos
deixando a Casa, uma Casa de convívio maravilhoso, para mim foi uma honra ter
trabalhado com todos vocês aqui. Entrei achando que tinha bastante experiência
de vida: roça, chão de fábrica, mas a vida pública foi o maior desafio, o maior
aprendizado, o que mais me gratificou, porque me fez uma pessoa melhor. Eu me
despeço com este sentimento, como um ser humano melhor”, revelou Hobus.
“Obrigado a Deus, à família, a todos que ajudaram a fazer
quatro mandatos, obrigado aos eleitores. Vou aproveitar porque desde o dia 8 de
novembro o ministro Alexandre de Moraes me baniu das redes, imputando multa de
R$ 20 mil. Minha filha se formou médica e não pude dizer parabéns, sou um risco
para a democracia por que sou um antidemocrático”, ironizou Kennedy, que
declarou sua “tristeza de deixar registrado na última fala a falta de
liberdade, sou vítima disso”.
“Que honra poder utilizar a tribuna, que honra poder dizer
eu fui deputado, que eu contribuí com o desenvolvimento, que fiz bom projetos,
que eu atendi pessoas e ajudei municípios ao lado dos meus colegas, mas vou
ainda contribuir muito”, prometeu Alba.
“Tenho o sentimento de gratidão, quero agradecer os colegas
pela parceria, foi uma experiência única, foi um doutorado na política. Tivemos
uma pandemia, dois processos de impeachment, não foi um mandato tranquilo, logo
foi um aprendizado maior ainda. Juntos a gente pode muito, nós que somos do
Oeste temos o cooperativismo na alma e entendemos a importância de trabalharmos
juntos, talvez seja o nosso grande legado, saio muito feliz com todos vocês”,
registrou Marlene.
“Para mim também é um momento bastante emotivo porque é a
despedida, estou há 30 anos na vida pública e como diz o poeta, ‘a vida é um
constante chegar e partir’. Foram 13 anos e meio na Casa e agora um novo ciclo
se abre”, afirmou Ismael, que destacou o sucesso do Programa Reviver. “O
programa do coração, da motivação e motriz da nossa caminhada na Comissão de
Prevenção e Combate às Drogas”.
“Em 1971 eu era motorista do meu falecido irmão que era
prefeito de Palhoça. Chegava na Assembleia e dizia ‘que coisa linda isso aqui’,
mas nunca imaginava que um dia, aos 68 anos, entraria nesta Casa, isso me
orgulha muito, mas hoje é dia de agradecimento”, ponderou Nazareno, que
agradeceu a família, os colegas e os servidores.
“O que vivi nesta Casa foi muito especial para mim, aqui
dentro pude cumprir com a minha vocação e ser feliz, pude viver momentos que
vou levar para sempre. Aqui também pude aprender com cada um com vocês, quero
agradecer a todos, saio um homem mais feliz, alguém que se realizou no que
fez”, garantiu Bruno, que pediu desculpas se alguma vez se excedeu.
Doutor Vicente Caropreso (PSDB) e Sargento Lima (PL)
cumprimentaram os colegas que deixam o palácio Barriga Verde.
“Só quero deixar o meu agradecimento, sua presença que
dignificou muito o Parlamento deputado Sopelsa. Foram meses de trabalho, venho
aqui parabenizar Vossa Excelência, mas também quero dar um abraço a cada amigo
que deixa esta Casa”, pontuou Caropreso.
“Tenho certeza de que cada um dos senhores tem um projeto
pela frente, mas se não estiverem aqui e estiverem em Brasília fica o meu
apelo, nunca o Brasil precisou de homens corajosos como vai precisar no próximo
ano”, afirmou Lima.