A vereadora Lidiane Cattani (PP) tem até a próxima semana (6
de outubro) para informar ao Ministério Público de Santa Catarina qual o
destino será dado ao abrigo que mantém há vários anos na cidade, e que
atualmente reúne cerca de 200 cães que estavam na rua ou em situação de
maus-tratos.
Segundo ela, que se manifestou a respeito na semana passada
durante a última sessão ordinária do mês de setembro, a notificação começou a
contar a partir de 21 de setembro e dá o prazo de 15 dias para a sua
manifestação.
Lidiane lembra que há 12 anos atua de forma voluntária na
causa animal, sem receber apoio do Poder Público, e que o abrigo se mantém
apenas com doações da comunidade e com seus recursos próprios. “Agora, diante
da manifestação do MPSC, temos três alternativas: a primeira elas é
conseguirmos o apoio do Poder Público, que até hoje não ajudou com um grão de
ração, e da iniciativa privada para construirmos um abrigo novo em um local
adequado; segundo é acharmos pessoas interessadas e doarmos esses 200 cães; ou
como terceira alternativa devolvermos às ruas, de onde retiramos em estado
lastimável”, questiona a parlamentar, informando ainda que o proprietário do
terreno onde os cães estão abrigados atualmente já solicitou o local.
Ela reconhece que o atual abrigo não possui as condições
necessárias para dar qualidade de vida aos animais, no entanto, a falta de
apoio para a construção de espaço adequado e o alto custo para manter a
alimentação dos animais impossibilita que sozinha ou com o pouco apoio recebido
mude esta realidade. “Somente para alimentá-los são cerca de dois mil quilos de
ração por mês, dando uma média de 75 quilos por dia. As pessoas estão cansadas
de me verem pedindo ajuda nas redes sociais, mas se não for assim de que forma
vamos conseguir alimentar estes animais? Além disso, já fizemos várias ações
paliativas no abrigo, como cercar o local, mas infelizmente os cães acabam indo
para a rua, inclusive sendo atropelados por vizinhos que não gostam da presença
deles lá”, informa.
Lidiane conclui destacando que é preciso dar um basta na
situação e que o Poder Público precisa, de uma vez por todas, assumir esta
responsabilidade. “Estou fazendo um papel que não é meu há 12 anos e tendo que
responder por algo que deveria ser de responsabilidade do Município. Precisamos
buscar uma solução para o caso: ou a prefeitura assume o abrigo ou nos dá
condições para manter este trabalho que é voluntário”, finaliza.