Os meteorologistas preveem que desta terça-feira, pelo menos
até a próxima sexta-feira, 20, a região Meio-Oeste catarinense entre outras
regiões de Santa Catarina, sofrerão os efeitos de um fenômeno incomum,
associado à massa de ar polar um ciclone subtropical.
Chuva congelada
Além de temperaturas negativas e sensação térmica que pode
atingir até - 10°C, as rajadas podem atingir velocidades em torno dos 65 km/h
no Oeste, Meio-Oeste e Planalto Norte.
Mas tem localidades que as rajadas podem atingir velocidades
acima dos 100 km/h nos pontos mais altos da Serra, ficando em torno de 90 km/h
no Litoral Sul, Grande Florianópolis e áreas próximas.
No Alto e Médio Vale do Itajaí chega aos 75 km/h e na região
de Laguna e Jaguaruna, no Sul do Estado, as rajadas podem variar de 110 km/h a
120 km/h.
Os fortes ventos podem provocar transtornos como queda de
energia, queda de árvores e destelhamentos, sobretudo, na quarta.
Em várias regiões, a Defesa Civil se prepara para eventos
extremos, fazendo cortes de árvores em locais que podem oferecer riscos, como
próximos de residências e redes de energia elétrica.
Neve e chuva congelada
A manhã desta terça-feira, 17, foi marcada pela chegada da
neve e chuva congelante na serra catarinense, mais propriamente em Urupema,
Urubici e São Joaquim.
Ainda que em menor intensidade, os serviços de meteorologia
informam que também existem chances dos fenômenos ocorrerem nas áreas mais
altas da região Meio-Oeste, onde se inserem municípios como Fraiburgo (1.048m),
Santa Cecília (1.100m), Curitibanos (987m), Lebon Régis (980m), Timbó Grande
(925m), Calmon (1.200m), Matos Costa (1.220m) e até mesmo Caçador (920m),
dentre outros.
Confira a diferença entre os fenômenos, de acordo com a
Epagri/Ciram:
Neve
Neve é a precipitação de cristais de gelo translúcidos e
brancos, formados pelo congelamento do vapor d´agua suspenso na atmosfera.
“Esses cristais têm uma forma bem característica, em geral de forma hexagonal,
e complexamente ramificados”, explica a meteorologista da Epagri, Gilsânia Cruz.
Chuva congelada
A chuva congelada normalmente antecede a precipitação de
neve e é semelhante a um granizo pequeno, que cai e salta, fazendo até barulho,
às vezes. O formato do “gelinho” que cai é diferente da neve.
Chuva congelante
A diferença entre a chuva congelada e a chuva congelante é a
forma como a precipitação chega ao solo. “Enquanto a chuva congelada chega,
normalmente, em estado sólido, a chuva congelante é a chuva que descongela na
atmosfera, mas volta a congelar assim que toca o solo”, diz Gilsânia.
Neve granular
É menor do que a neve tradicional e é formada por “grãos”
muito pequenos, com diâmetro geralmente inferior a 1 milímetro. Pelo tamanho,
esses grãos normalmente são levados pelo vento e, por isso, dão a impressão de
chuva.
Geada branca
A geada branca, que congela a parte superficial das plantas,
é observada com frequência em diversas regiões de Santa Catarina durante as
estações mais frias. Ela se forma associada a temperatura baixa, ausência de
nuvens e baixa umidade do ar. “Quando a temperatura do solo cai acentuadamente
no período noturno, aproximando-se de 0°C, as gotas de orvalho congelam,
formando o fenômeno”, explica Gilsânia. Nesse caso, a temperatura do ar não
precisa chegar a 0°C: abaixo de 4°C já pode ocorrer formação de geada, mas,
quanto menor for a temperatura, mais intenso será o fenômeno.
Geada negra
É um tipo de geada muito mais prejudicial para a
agricultura, pois congela a parte interna das plantas, queimando a seiva. Ela
se forma associada a temperatura baixa, ar seco e vento moderado a forte. Pode
ocorrer a qualquer hora do dia.
Sincelo
É um fenômeno associado a dias com nevoeiro, quando a
temperatura varia de -2°C a -8°C. Ele resulta do congelamento das gotículas de
água ao tocar a superfície, formando cristais de gelo. É mais fino que a geada.
“No Brasil, a ocorrência do sincelo é incomum. Ele é mais observado em Santa
Catarina, nos municípios de Urubici, Urupema e São Joaquim”, conta a
meteorologista da Epagri.
Granizo
O granizo é um tipo de precipitação, como a chuva e a neve,
que cai em forma de gelo. “O fenômeno se forma em nuvens do tipo
cumulonimbus, com desenvolvimento vertical, com correntes de vento convectivas
ascendentes muito velozes”, diz Gilsânia. A velocidade do vento leva a água com
rapidez para as partes mais frias da nuvem (abaixo de 0°C), causando o
congelamento. Quanto mais forte for o transporte da água dentro da nuvem
(chamado de turbulência), maiores serão as pelotas de gelo precipitadas.
Pelotas de gelo com tamanho de até 5 milímetros são chamadas de granizo e,
acima disso, de saraiva.