A comunidade caçadorense comemora esse ano duas décadas da fundação do Vento Negro no município. A companhia de teatro começou suas atividades aonde atualmente funciona a oficina de violão, da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo de Caçador.
A trajetória do grupo é contada pelos seus fundadores através de vídeo publicado no Varau.com (https://bitlybr.com/g8V8). A produção também está circulando nas redes sociais do WhatsApp.
Lucinei Xavier Paes, a Lu Paes, graduada em Artes Cênicas, retornou a Caçador em 1996 e iniciou a Oficina de Teatro na Casa da Cultura. No ano 2000 começa a história do Vento Negro, gerando transformações através da arte que refletem até hoje na vida de muitas pessoas.
A primeira ação foi a montagem de uma peça profissional: O Pequeno Príncipe, exibida entre 2001 e 2003. Em seguida Lu presidiu a fundação da companhia de teatro, com o vice-presidente, Ivair Nilton Fusinato, o Pinduca; o secretário, Kleber Alves Ribeiro; o segundo secretário, Hélio Pires; o tesoureiro, Vitor Czerniak; segunda tesoureira, Marilucei Gouveia, além do conselho fiscal.
O nome do grupo se refere à música de Os Almondegas: Vento Negro. "Um vento que penetra nos lugares mais recônditos e faz a mudança, é um vento comprometido com a transformação", explica Lu Paes.
Entre 2004 e 2006 e depois entre 2014/2015 foi apresentado o Show do Batatão.
A primeira companhia de teatro montou em 2009, a Cantora Careca que recebeu premiação do Festival de Teatro de Joaçaba.
Entre 2006 e 2018 foi realizado o Teatro nas Empresas. Em 2008 até 2010 a Cia promoveu Rituais e Máscaras.
O atual diretor e presidente do Vento Negro, Rodrigo Schapieski, destaca o trabalho realizado via método do acolhimento iniciado nos CAPS, em 2010/2011, destinado às pessoas viciadas em álcool e outras drogas.
Em 2010 a 2012 foi a vez do Trempe Ridente.
Guilherme Sttocco da Silva, produtor da Cia de teatro, também destaca ações desenvolvidas nas periferias de Caçador que mudam vidas, com oficinas terapêuticas.
Em seguida a atuação se estendeu ao CRAS, com foco na prevenção da saúde mental.
João Paulo Almeida, diretor e produtor do Vento Negro, conta sobre o espetáculo 'Deus lhe pague' (2012/2013). Na oportunidade foi lançada a primeira moeda cultural de Caçador: o Desconto dos MÓIS.
"A Cia sempre buscou o novo, a ideia era que as pessoas fossem buscar fora o conhecimento, mas que devolvessem para a cidade", fala, comentando o espetáculo Cem miligramas (2015).
Kathellen Klein, coreógrafa de dança e teatro da Cia, destaca os trabalhos feitos pelo Vento Negro na área: o Core (2016) e as premiações em todos os festivais que participaram, o que proporcionou a participação no Festival de Dança de Los Angeles. E o Entre Camadas (2016/2017).
Os Amores de Jezebel (2016-2018), a Estação Visage (2017), O Contestado pela Vida e Morte (2018) também fazem parte da trajetória do Vento Negro.
O grupo oportunizou ainda a recuperação da identidade cultural da população, a exemplo da autoestima do caboclo através da peça Exército Encantado (2014-2017).
"Além da implantação da Arteterapia, quando a comunidade devolve para a gente suas histórias, seus traumas e sonhos através da própria arte", enfatiza João Paulo.
Em 2018 foi lançado o espetáculo Respiridona, que expandiu o trabalho da Cia em âmbito nacional. E Os Cirandeiros de Natal, no mesmo ano.
No ano seguinte o Vento Negro promoveu o próprio festival: o Teatro Agosto, com a participação de grupos de toda a região. E lançou O Dragão Verde (2019).
Em 2020, a Cia se moldou ao cenário da pandemia do novo coronavírus e promoveu aulas online, live stemáticas, rádionovela, entre outros. Nesse ano, o Vento Negro foi contemplado com o Prêmio Elizabete Anderle de Estímulo à Cultura.
Toda a trajetória contou com algumas parcerias, a exemplo da APAE, CAPS e CRAS.