Vereadora Lidiane Cattani (PP) esteve em Curitiba entre os
dias 11 a 13 de maio para conhecer cases de sucesso e buscar mais informações
visando a criação da Procuradoria da Mulher em Caçador.
Segundo ela, atualmente em Santa Catarina já são 59
Procuradorias da Mulher que fazem a ponte entre as mulheres, crianças,
adolescentes, idosos e os órgãos competentes, para garantir seus direitos e
segurança. As Procuradorias são independentes e suprapartidárias, ou seja, sem
subordinação de partidos políticos.
A competência da procuradoria é receber e encaminhar as
denúncias aos órgãos competentes, monitorar e acompanhar cada atendimento até
sua solução. Tudo isso em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos das
Mulheres (COMDIM), Conselho Tutelar, Ministério Público e Defensoria Pública,
Delegacia da Mulher e juizado da violência doméstica. “A Procuradoria
funcionará no meu gabinete, que estará de portas abertas para receber as
denúncias de violência e discriminação contra as mulheres”, informa Lidiane,
que será a procuradora da mulher em Caçador.
Ela explica que quando se fala em discriminação e violência,
refere-se à violência emocional, a psicológica, moral, física, ao assédio moral
e sexual, a doméstica, ao feminicídio, ameaça de morte, importunação sexual,
entre outras. “A partir de agora as mulheres terão mais um canal para fazer
denúncia, e o mais importante, não vão se sentir constrangidas em falar de um
assunto traumático, porque estarão sendo atendidas por uma mulher, com quem
poderão se expor sem julgamento, porque o julgamento faz com que a mulher não
volte”, ressalta.
Lidiane enaltece a importância desta iniciativa porque a
violência acontece em qualquer horário, dia e local. “Não podemos fechar os
olhos. E tem mais, quem agride animal, agride gente. Muitos homens agridem o
animal doméstico para punir a mulher, para mostrar que o mesmo pode acontecer
com ela”, esclarece, destacando também que pretende buscar uma linha direta com
donos de bares e casas noturnas, já que muitas vezes nestes ambientes a mulher
acaba sendo vítima.
Ela afirma ainda que, segundo dados da Casa da Mulher
Brasileira, de Curitiba, mais de 60% das mulheres retornam para a casa do
agressor, primeiramente por dependência emocional e segundo por dependência
financeira. “Precisamos trabalhar o amor próprio dessas mulheres, somente
quando elas amarem primeiro a si é que vão saber dizer não no primeiro tom de
ameaça. Além disso, é preciso estimulá-la a estudar, ter uma profissão e
independência financeira. Dessa forma ela se mantém em um relacionamento se
quiser”, afirma.
O intuito é envolver neste trabalho os líderes religiosos,
líderes comunitários, o COMDIM, Conselho Tutelar, Ministério Público, Delegacia
da Mulher, e outras instituições que possam contribuir com as ações.
“A partir da criação da Procuradoria da Mulher faremos
mensalmente várias intervenções, provocações urbanas para chamar atenção para
todos esses temas com a finalidade de combater a violência e discriminação
contra a mulher”, completa Lidiane.