Os problemas envolvendo o piso da Pista Olímpica Ivo Roman
Ros voltou ao centro do debate na Câmara Municipal de Caçador durante sessão
ordinária desta segunda-feira, 13. O tema foi abordado inicialmente pelo
vereador Johny Marcos Tibes de Souza (MDB), ao requerer do Executivo
informações sobre as providências tomadas com relação à interdição do local há
alguns dias, os trabalhos a ser realizados para recuperar o piso e os
responsáveis pelos reparos, bem como os custos e o prazo para a conclusão das
obras.
Johny explica que interdição foi realizada pela prefeitura a
pedido do Ministério Público, para que houvesse a manutenção necessária.
Ele lembrou que o problema se arrasta há tempos, inclusive foi alvo de uma CPI
na Câmara Municipal na Legislatura passada, e que o objetivo do documento
apresentado em sessão é buscar informações de como estas melhorias irão
acontecer, efetivando o processo de fiscalização dos recursos público.
O vereador Alcedir Ferlin (MDB) lembrou que o relatório da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) promovida pela Câmara apontou que o piso da
Pista Olímpica está comprometido, e que prefeitura chegou a fazer reparos que
não resolveram a situação. “A alternativa é tirar as placas e refazer o piso
com outro material, ou seja, um custo para o Município que seria desnecessário
se houvesse um acompanhamento técnico desde o início”, lamentou.
Ao abordar o tema, o vereador Leandro Sawchuk (DEM) disse
que é preciso cobrar da empresa responsável para que refaça o trabalho sem que
haja prejuízo ao erário. “No dia em que foram colocadas as placas eu
estava na Pista Olímpica fazendo uma matéria sobre os JASC e puder observar os
trabalhos. Foi tudo muito rápido, em cima da hora, como infelizmente as coisas
acontecem no país, o que gera serviços mal executados”, completou.
Integrante da CPI na legislatura passada, o vereador Marcio
JF (MDB) informou que, segundo o relatório da empresa contratada pela Câmara
para fazer o laudo do local, não há possibilidade de conserto das placas usadas
no piso da Pista Olímpica. Ele lamentou a situação por se tratar de um
investimento de quase R$ 1 milhão, manifestando o seu desejo de que os
responsáveis sejam penalizados pela Justiça.
O vereador Fically, também baseado no laudo técnico expedido
pelo profissional contratado pela Câmara, disse que o problema está no anexar
as placas sobre asfalto quente. Segundo ele, a justificativa na época seria a
falta de tempo hábil para entregar a pista para a realização dos Jogos Abertos
de Santa Catarina de 2018. “A base que eles fizeram abaixo de
asfalto ficou muito malfeita e por isso as placas não colaram, agora que elas
empenaram não adianta mais colar”, informou.
Também falando sobre o tema, o vereador Ricardo Barbosa
disse que o objeto de licitação da empresa vencedora era apenas colar as placas
emborrachadas sobre o piso, que poderia ser tipo asfalto ou concreto usinado.
“No caso da Pista Olímpica foi o asfalto, só que não houve tempo para o que
chamamos de cura do asfalto antes da colocação do material e isso ocasionou o
problema”.
Por outro lado, Ricardo enalteceu que os Jogos Abertos de
Santa Catarina (Jasc) movimentaram quase oito mil visitantes, impulsionando a
economias local. Lembrou ainda o valor investido na Pista Olímpica de Caçador
ficou bem abaixo de outras sedes como Blumenau, Jaraguá do Sul e Florianópolis,
com gastos aproximados de R$ 6 milhões e que também apresentaram problemas.
Para o vereador Jean Carlo Ribeiro é urgente a necessidade
de solução para o problema, pois quem perde é a comunidade. Ele destacou que a
empresa não deve se eximir da responsabilidade pois cabia a ela a orientação de
como fixar as placas sobre o piso.
Por fim, o vereador Clayton Zanella destacou que existe
neste caso uma corresponsabilidade técnica, cabendo tanto a prefeitura quanto a
empresa arcar com suas responsabilidades. “E que de tudo isso se tire uma
lição: não é porque é obra pública que pode ser mal feito; não é porque é
público que tem que ser o mais barato ou que não se deve fiscalizar, pelo
contrário. E se faltou fiscalização ou se houve ineficácia operacional, os
fatos precisam ser apurados e pessoas responsabilizadas”.