Mesmo com 80% dos servidores em greve, o Fórum da Comarca de Caçador está funcionando em horário normal de expediente das 12h às 19h. Segundo o diretor do foro, juiz André Milani, os magistrados e os funcionários que não aderiram ao movimento estão fazendo o possível para que todas as audiências aconteçam na data marcada.
Na avaliação do juiz, cada dia de paralisação é um dia a mais de atraso nos trabalhos, porém, mesmo assim a equipe do Fórum está fazendo o possível para atender todos os casos.
Nesta semana houve uma determinação judicial em que os servidores em greve devem ficar 200 metros do prédio do Fórum, sob pena de pagamento de multa. Porém em Caçador isso não está sendo cobrado.
“Estamos trabalhando com seres humanos e não vejo motivos para que não fiquem aqui no Fórum, principalmente em dias de chuva. Não sou eu quem vai pedir para que se retirem, afinal não há registro de tentativa de atrapalhar os funcionários que estão trabalhando ou até mesmo as pessoas que vem até o fórum. Mas eles têm a plena convicção que estão descumprindo esta determinação”, comentou o juiz.
De acordo com Milani, os servidores e juízes estão se dedicando ao máximo para que os processos tenham andamento normal e que não sejam adiadas audiências.
“Torço para que o mais breve possível o Tribunal de Justiça entre em acordo com os servidores para que possamos voltar com os trabalhos normalmente, atendendo todos os cidadãos”, finalizou.
Em todo o Estado, a OAB solicitou a suspensão dos prazos de todos os processos que tramitam no Judiciário catarinense.
O que dizem os grevistas
A greve dos servidores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) está próxima de completar um mês, sem qualquer previsão de retomada dos trabalhos.
Apesar do rompimento das negociações por parte da cúpula do Tribunal, os Sindicatos dos servidores (SINJUSC e SINDOJUS-SC), o Comando de Greve e outras associações, estão abertos ao diálogo e, inclusive, já apresentaram sugestões para a solução do impasse.
A reivindicação dos servidores é a aprovação de um novo Plano de Cargos e Salários (PCS). O Tribunal, por sua vez, ofereceu apenas repor as perdas inflacionárias (8,1%), aumentar o auxílio-alimentação em 16% (equivalente a R$ 160,00) e analisar o projeto do novo PCS nos próximos meses.
Os servidores alegam que a reposição da inflação já é um direito – previsto em lei – e que a aprovação do novo PCS é a única maneira de beneficiar todos. Existe, por parte do Tribunal, a pretensão de criar gratificação para alguns servidores, medida que alcançaria apenas uma parcela, com base em alguns requisitos.
Os servidores esperam que o Presidente do TJSC, durante sessão do Pleno do Tribunal a ser realizada na quarta-feira, dia 6, reconsidere sua decisão e retome o diálogo para o encerramento da greve.
A comarca de Caçador tem a adesão de cerca de 80% dos servidores à greve, mesma média das demais comarcas do Estado. Das 111 comarcas, 103 estão em greve.
