Uma medalha conquistada em Tóquio, e que foi muito
comemorada também em Caçador. Na cidade moram os avós e o tio de Alana
Maldonado, judoca brasileira que se sagrou campeã paraolímpica na categoria até
70 quilos para atletas de baixa visão.
A dona Marlene e o seu Guilherme, que não saíram um minuto
sequer da frente da TV durante toda a competição, vibraram e se emocionaram com
a conquista da neta.
Dona Marlene foi uma das incentivadoras de Alana no esporte.
Ela trabalhava em uma academia na cidade de Tupã, no interior de São Paulo, e
insistiu com os professores para que a neta praticasse judô desde os quatro
anos.
O avô lembra que a neta tinha aptidão também para outros
esportes.
Aos 14 anos, Alana foi diagnosticada com uma doença que
causa perda progressiva da visão. Uma notícia que chocou ela e a família, mas
que acabou depois levando a jovem a trilhar o caminho do paradesporto.
A avó lembra que, além das limitações pela deficiência física,
ela tem apenas 10% de visão em cada olho, Alana encarou outras dificuldades no
início da carreira, como a falta de dinheiro.
Com apoio da família, força de vontade e muita dedicação,
Alana foi vencendo os obstáculos da vida e competição atrás de competição. Foi
vice-campeã na Paraolimpíada do Rio em 2016, campeã mundial em 2018, e agora a
primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô paraolímpico.
A conquista é orgulho também para o tio e professor de
Alana, Guilherme Maldonado. Quando a atleta esteve em Caçador pela última vez
para visitar a família, no final do ano passado, coube ao tio ajudar nos
treinamentos.
Guilherme afirma que o judô de Alana vem evoluindo a cada
ano e ela chegou bem preparada em Tóquio.
E como o próximo ciclo olímpico é mais curto, daqui três
anos tem Paris 2024, e quem sabe a Alana não traz mais uma medalha para encher
a vó Marlene de orgulho.