A solenidade de entrega da Ordem do Mérito Industrial de
Santa Catarina foi marcada por momentos de emoção e aplausos, homenagem ao
protagonismo do industrial e das mulheres, além da crença no potencial que o
Brasil oferece para crescer, apesar dos desafios no cenário internacional e
interno, que precisam ser superados. O evento foi realizado pela Federação das
Indústrias (Fiesc), nesta sexta-feira, dia 24, em Florianópolis, com a
participação de cerca de 400 pessoas, entre lideranças industriais e políticas.
No encontro também foram reconhecidos, por tempo de filiação à Fiesc, 12
sindicatos industriais.

A comenda catarinense foi entregue aos empresários: Antônio
Deoclesio Pavei, Daniela Tombini, Eduardo Ernesto Zortéa, Felipe Hansen e Walter
Osli Koerich. O empresário Cesar Gomes Junior recebeu a Ordem do Mérito
Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Uma comitiva de
lideranças caçadorenses participou do evento, prestigiando a empresária Daniela
Tombini.
“Hoje, por meio da Ordem do Mérito, fazemos a justa – e
necessária – distinção às pessoas que fazem a indústria ser o motor do
desenvolvimento catarinense. Além do sucesso empresarial, eles têm um histórico
de envolvimento com suas comunidades. Juntas, as indústrias que eles dirigem
representam o sustento de milhares de famílias catarinenses”, afirmou o
presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
Ele ressaltou que Santa Catarina tem uma das indústrias que,
sob diversos aspectos, está entre as mais desenvolvidas do país. “Nosso parque
fabril é diferenciado, diversificado e está distribuído por todas as regiões”,
afirmou. Ele também defendeu a reindustrialização do Brasil. “Mas, para isso,
além de enfrentar o problema da infraestrutura, precisamos destravar as
reformas estruturais, ter um sistema tributário mais inteligente, com menos
burocracia e um Estado mais enxuto e eficiente. E, não menos importante, uma
política industrial clara e robusta”, declarou.
Emocionada e aclamada diversas vezes pela plateia, Daniela
Tombini discursou em nome dos homenageados e salientou a força das mulheres. “É
com muita honra que hoje também represento a força da empresária catarinense.
Temos uma indústria forte, de característica familiar e, desde o início, sempre
contamos com mulheres protagonistas. Sozinhas ou ao lado de seus esposos,
constituíram famílias e indústrias que, muitas vezes, se fundiam como se fossem
uma única organização”, disse.
Ela fez referência a duas personagens emblemáticas da
indústria catarinense: Johanna Altenburg e Adelina Hess de Souza - ambas do
setor de confecção, ambas viúvas e tendo o desafio de criar seus filhos. “Elas
empreenderam e do seu trabalho surgiram grandes e reconhecidas empresas-símbolo
da força da nossa indústria e da capacidade empreendedora dos catarinenses.
Johanna criou uma empresa hoje centenária, e Adelina deu continuidade aos
negócios que fundara ao lado do marido”, lembrou Daniela.
Cesar Gomes Junior, que recebeu a comenda máxima da
indústria nacional, demonstrou seu otimismo com o Brasil, apesar do cenário de
incerteza mundial, que afeta toda a cadeia produtiva. “O quadro brasileiro
também está contaminado com essa realidade internacional, vive um contexto de
inflação e juros altos. Nosso papel, nesse momento, não se resume a criticar.
Pelo contrário. Temos que acreditar em nosso potencial e participar das
soluções. O Brasil, no cenário mundial, é um dos mais competitivos”, ressaltou.
Ele disse que o mundo vai passar por ajustes e que isso abre oportunidades. “O
Brasil, comparativamente às demais economias emergentes, é uma das melhores
opções. Temos oportunidades excepcionais, apesar dos problemas que temos para
resolver”, completou.
Em seu pronunciamento, o vice-presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Gilberto Petry, disse que o Brasil não pode mais
adiar a adoção das medidas necessárias para aumentar a resiliência às crises
externas e retomar o caminho do crescimento econômico sustentado. “Nossa
prioridade deve ser a aprovação de uma reforma ampla da tributação sobre o
consumo, que elimine as distorções, simplifique o sistema de arrecadação de
impostos e desonere as exportações e os investimentos”, afirmou ele, que na
solenidade representou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Perfil da homenageada
Daniela Tombini - a empresária de Caçador iniciou a vida
profissional com a confecção de chinelos artesanais produzidos em casa. Em
1993, ela fundou a empresa que leva seu nome. Foi a primeira no Brasil a
confeccionar chinelos laváveis à máquina e com solado antiderrapante. Atualmente,
além dos chinelos atoalhados, a indústria produz robes, pijamas, moda íntima,
moda casual, fitness e tem como mote ‘vestir a mulher 24 horas por dia’, com
uma produção de 900 referências em cada coleção.
A empresa conta com mais de 300 colaboradores diretos e seus
produtos são vendidos em todo o País por uma rede de representantes. A marca
possui ainda seis lojas-conceito no Sul do país. É considerada uma das melhores
empresas para se trabalhar, de acordo com a pesquisa Great Place to Work. Daniela
Tombini tem reconhecida atuação em projetos sociais da comunidade. No início da
pandemia mobilizou um grupo de voluntários para a confecção de EPIs. No total
foram doados mais de 10 mil jalecos e 40 mil máscaras para entidades de Caçador
e região.