A Federação das Indústrias (Fiesc) e o Grupo ND lançaram
nesta segunda-feira, 29, abaixo-assinado on-line para exigir investimentos nas
rodovias federais do estado. Participaram do ato na sede da Fiesc lideranças
empresariais, parlamentares, autoridades e representantes da sociedade civil.
Acesse www.sosbrs.com.br e saiba mais sobre a iniciativa que
marca a nova fase da campanha “SC Não Pode Parar”.
“Santa Catarina convive com tragédias e prejuízos em função
do estado precário das rodovias federais. Por isso, todos os catarinenses podem
e devem participar do abaixo-assinado que estamos lançando hoje”, enfatizou o
presidente da Fiesc, Mario Aguiar. “Sabemos que vários investimentos são
necessários. Não podemos nos contentar apenas com as rodovias, SC é merecedora
de um complexo ferroviário, para continuar a ser destaque nacional em termos de
desenvolvimento e de qualidade de vida. Vamos mostrar a todos os parlamentares
a nossa indignação com a falta de investimentos”, acrescentou. No próximo dia
6, a Federação lança agenda da infraestrutura demonstrando que o estado suporta
e precisa de investimentos no modal ferroviário.
Marcello Petrelli, presidente do Grupo ND, defendeu que
entidades de classe devem ir além da defesa dos interesses dos seus associados.
“Esta é uma demonstração clara da Fiesc, com foco na solução de um problema
grave para a sociedade. É o poder econômico do bem que muda a história de
relacionamento da entidade com a sociedade”, disse. Petrelli enalteceu ainda a
iniciativa do governo de investir 465 milhões em rodovias federais. “Sempre
acompanhei a política e percebi o orgulho do político catarinense de
representar um estado que ‘não precisa de nada’. Mas hoje essa conta está
cara”, frisou.
O governador Carlos Moisés lembrou que a infraestrutura é
uma das bandeiras de sua gestão. “Estamos conseguindo avançar porque os
prefeitos estão dando essa condição. Estamos investindo nos municípios mais de
R$ 3 bilhões, que incluem iniciativas em infraestrutura. Separamos mais R$ 50
milhões do nosso orçamento para colocar à disposição do governo federal para
que o ministério da infraestrutura possa fazer, pelo menos, as terceiras faixas
da BR-282. Não firmamos convênio ainda porque o ministério não tem projeto para
a 282”, adiantou Moisés. O governo também estuda a implantação de uma rodovia
litorânea que ligará Joinville ao contorno viário da Grande
Florianópolis.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional dos
Transportes (CNT), em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2020
Santa Catarina ocupou a segunda posição no ranking nacional de acidentes de
trânsito. Entre 2011 e 2020 foram 134.222. Os custos com o sistema de saúde e
danos materiais alcançaram o valor de R$ 18,6 bilhões – muito mais do que os
investimentos necessários para manter uma razoável estrutura rodoviária.
Estão na pauta do abaixo-assinado as obras de duplicação de
rodovias estratégicas, que têm sido postergadas por anos; estradas em estado
precário, que exigem restauração; e medidas para melhorar a segurança e
eficiência dos corredores logísticos estratégicos. “O atual cenário implica
prejuízos sociais, econômicos e ambientais inestimáveis e ameaça todos os
setores econômicos – indústria, comércio, serviços, turismo e agropecuária.
Este abaixo-assinado será entregue ao presidente da República”, informou o
presidente da Fiesc.
SC Não Pode Parar
O movimento SC Não Pode Parar tem rodado o estado. Já foram
realizados seminários em Chapecó, Navegantes, Rio do Sul e Jaraguá do Sul para
mobilizar as regiões para o assunto. Os próximos fóruns ocorrem em Criciúma, no
dia 1º de dezembro, e em Lages, no dia 13 de dezembro. Patrocinam a
iniciativa a Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc),
Portonave, Porto de Itapoá, Multilog, Aurora Alimentos, Pamplona Alimentos e
Manoel Marchetti.
Nesta segunda, 29, foi formalizado ainda o apoio ao
movimento das federações de trabalhadores nas indústrias Metalúrgica, Mecânica
e do Material Elétrico de SC (Fetimmmesc); da indústria gráfica, da comunicação
gráfica e dos serviços gráficos (Fetigesc); da construção e do mobiliário
(Feticomsc); e das Indústrias de Carnes e Derivados, Indústrias da Alimentação
e Afins de Santa Catarina (Fetiaesc) e os sindicatos filiados a ela em Xanxerê,
Seara, Campos Novos, Tubarão, Maravilha, Capinzal e Guatambú. A Força Sindical
e a Nova Central Única de Trabalhadores de Santa Catarina também apoiam a
iniciativa.