A Polícia Civil de Caçador está acompanhando o caso de
desaparecimento e provável assassinato da advogada Karize Ana Fagundes Lemos,
de 33 anos. A mulher teria sido morta em sua casa, no bairro Gioppo, em
Caçador, mas o corpo ainda não foi encontrado.
O autor confesso do crime é o companheiro de Karize, um
homem de 24 anos que não teve o nome oficialmente divulgado. Ele foi preso na
manhã desta segunda-feira, 30, em um motel em Guaíra/PR. A polícia desconfia
que ele tentava fugir para o Paraguai.
Segundo o delegado Marcelo Colaço, da Delegacia de Polícia Civil de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Caçador, o
crime é tratado como feminicídio e não há confirmação de uma segunda vítima.
“Também soubemos de um áudio enviado pelo suspeito a amigos em que diz ter
matado a companheira e um possível amante dela, mas essa informação ainda não
se confirmou. Não temos nada de concreto sobre essa suposta segunda vítima”.
De acordo com Colaço, as investigações seguem na fase de
oitivas e apresentação de inquérito para prisão preventiva do suspeito. “Ele
está detido em Guaíra e quando foi ouvido pela delegada da polícia do Paraná
ficou em silêncio. No carro dele foram encontrados pertences pessoais da Karize
com manchas de sangue e uma faca. São indícios que resultaram na prisão dele,
mas o corpo da vítima não foi encontrado”, acrescenta.
Para amigos, em gravação de áudio, o acusado disse que
desovou o corpo da mulher há 200 quilômetros de Caçador e que cerca de 100
quilômetros adiante se desfez do corpo do suposto amante. “A polícia está
empenhada em encontrar o corpo da vítima. Mas isso pode ser uma tarefa difícil
já que o suspeito fez isso a noite e estava alterado a ponto de não lembrar o
local exato”, disse o comandante da PM de Caçador, Marcelo Macedo.
Fato chegou ao conhecimento da PM neste domingo
De acordo com o comandante, a PM foi acionada na noite de
domingo, 29, por dois rapazes afirmando que participam de um grupo de redes
sociais e que um dos integrantes do grupo não havia dado notícias durante todo
o sábado, 28.
“Eles conseguiram contato com este homem em uma chamada de
cerca de 20 minutos e cerca de 7 minutos foram gravados e apresentados para a
polícia. Nesta gravação, o suspeito disse que tinha feito m... e passou a
relatar alguns fatos. Antes da chamada, o suspeito passou sua localização,
cujas informações foram repassadas para a Polícia de Fronteira do Paraná, que o
localizou e prendeu as 5h27 desta segunda, em um motel, em Guaíra, no Paraná”,
disse Macedo.
O crime
De acordo com informações do próprio suspeito, na gravação
com os dois membros do grupo, que seriam colegas de infância, ele relatou o
crime.
Disse que enforcou a esposa e com o seu telefone fez contato
com o suposto amante, armando uma emboscada. Quando o suposto amante chegou na
casa localizada no bairro Gioppo, o mesmo foi recebido a pauladas. O casal foi
morto a golpes de faca, sendo colocados em um carro, onde o suspeito empreendeu
fuga.
Os corpos
As informações é de que o suspeito abandou os corpos na
estrada. O primeiro cerca de 200 quilômetros de Caçador e o segundo, 100
quilômetros após ter deixado o primeiro.
Conforme estes dados, é possível que o primeiro corpo tenha
sido desovado próximo a Mariópolis e o segundo nas proximidades de Francisco
Beltrão.
A polícia, no entanto, entende que o próprio suspeito possa
ter dificuldade para localizá-los, porque podem ter sido abandonados à noite e
pelo possível estado emocional do suspeito, com raiva e transtornado.
Sangue na casa e no carro
Segundo a PM de Caçador, na casa da vítima, onde teria sido
cometido o crime, foram encontradas marcas de sangue, que provavelmente o autor
tentou limpar na garagem.
Já em Guaíra, no carro do suspeito, um Nissan March, a
polícia paranaense afirma que encontrou diversos vestígios de sangue, além de
uma faca provavelmente utilizada para o crime e muitos livros a respeito de
assassinatos de grande repercussão.
Investigação
As polícias, principalmente a Polícia Civil, seguem
investigando e é provável que o suspeito seja trazido para Caçador, para
responder pelos crimes.