Claudia Tavares Hoeckler, de 40 anos, acusada de matar
o marido Valdemir Hoeckler, de 52 anos, encontrado no freezer de casa
em Lacerdópolis/SC, afirmou que decidiu tirar a vida do companheiro por
não suportar mais ser agredida, perseguida e humilhada pelo homem.
Em entrevista ao canal no YouTube do roteirista Roberto
Ribeiro, ex-apresentador do Programa Investigação Criminal, a mulher confessou
o crime, deu detalhes de como matou o marido, bem como da vida do casal. Ela
cita que vivia uma pressão psicológica constante no casamento.
“Ele não me deixava fazer nada, simplesmente eu não tinha
vida própria. Eu não podia sair com as amigas. Eu ia ao salão fazer o cabelo e
tinha que sair com o cabelo molhado, porque ele estava me enchendo o saco por
estar demorando. Tinha que correr contra o tempo, a minha vida sempre foi sob
pressão”, afirmou Claudia.
Ainda de acordo com a mulher, Valdemir exigia que ela
mandasse fotos e fizesse videochamada para confirmar onde estava quando tinha
compromissos do trabalho à noite. “Não podia me arrumar para essas ocasiões,
porque não eu ia ta me arrumando para outro”.
Os gatilhos para o crime
Claudia diz que não planejou o crime, apesar de estar
descontente com as constantes perseguições do marido e das diárias agressões
físicas e morais. Dias antes, segundo ela, o marido apareceu repentinamente em
uma confraternização com colegas professoras em uma pizzaria, o que lhe deixou
incomodada.
“Ele tinha me dito que ia ficar em casa, fiz uma chamada de
vídeo alguns momentos antes e, de repente, ele apareceu lá na pizzaria. Fiquei
bem chateada, ficou como se eu não tivesse contado a ele. Mostrei todos os meus
passos para ele, fui relatando tudo”.
No domingo, 13, momentos antes de matar o marido, Claudia
pediu a ele se poderia viajar com colegas professoras para uma excursão.
“Ele me bateu e disse que se eu fosse ele ia me buscar e me matar. Ele disse:
se eu acordar e você não estiver em casa, eu mato você”, conta. “Aí eu pensei,
se alguém vai morrer, que seja você”.
Sacola plástica para matar
Claudia, que nasceu em Chapecó, mas cresceu em Concórdia,
contou na entrevista que fez o marido dormir com um remédio que o sogro, que já
faleceu, tomava. “Dei remédio para dormir e o sufoquei, foi tudo repentino. Dei
com os outros remédios que ele tomava duas vezes ao dia”.
Ela conta que ficou por cerca de uma hora pensando no que ia
acontecer quando o marido acordasse e com medo de apanhar novamente. “Fiquei
pensando que eu não aguentava mais aquela vida que eu estava levando”.
Então, sem planejar muito, usou uma sacola plástica para
matar o companheiro. “Na hora peguei a sacola de mercado e coloquei na cabeça
dele, porque eu não tinha coragem de fazer de outro jeito, machucar. Fechei a
boca dele, que não chegou a acordar”.
A mulher diz que tentou parar em alguns momentos, mas sentiu
medo e por isso seguiu em diante. “Se eu parasse e ele acordasse, ele ia me
matar, aí era eu ou ele”.
Cláudia deve se apresentar à polícia esta segunda, 21.
Com informações: ND+