No júri popular que acontece nesta terça-feira, 17, no fórum de Caçador, o réu José Carlos Gonçalves de Oliveira confessou ter matado a professora Vanderleia Fernandes, porém afirma que agiu para se defender. Em plenário, ele se mostrou arrependido e pediu desculpas para a família da vítima.
O júri teve início às 9h. José Carlos começou contando que conheceu a Vanderleia no Presídio, onde ambos trabalhavam, e que mantiveram um relacionamento conturbado por cerca de dois anos.
Segundo o réu, no dia do crime, em maio de 2016, ele buscou a vítima em frente ao supermercado Cereal na avenida Salgado Filho e a levou até uma estrada secundária entre Caçador e Calmon para conversarem.
Ele afirma que no local a vítima pediu para fazer xixi no mato. “Ela estava demorando e eu desci do carro. Ela tinha uma faca e começou a me agredir com palavras. Eu tentei tomar essa faca e ela cortou a mão”, disse o réu, afirmando que em seguida tomou a faca e esfaqueou a vítima.
José Carlos disse que não lembra de tudo, como a parte em que disparou com uma arma de fogo contra ela. O acusado mostrou arrependimento.
“Quero pedir perdão a todos os parentes dela por tudo o que aconteceu. Eu entrei nesse relacionamento de corpo e alma, larguei tudo em função dela, e aconteceu o que aconteceu”, lamenta.
Promotor contradiz réu
O promotor João Paulo de Andrade, representando o Ministério Público, afirma que há provas claras contra o réu, e que ele planejou o crime. Segundo a acusação, havia marcas de sangue da vítima no carro, o que contradiz a versão do réu que o crime ocorreu fora do veículo. Também havia uma fita adesiva com marcas de sangue que podem ter sido usadas para conter a vítima.
Outras evidências usadas pelo promotor é que, segundo a Polícia Civil e o IGP, a morte da professora foi violenta. O corpo, que já estava em certo estado de decomposição, tinha vários cortes superficiais quando foi localizado, além de quatro tiros na cabeça.
Além disso, depois do crime, o réu fez três ligações para a Polícia Federal pedindo informações sobre passaporte. O réu nega que tinha intenção de fugir do país.