A proposta de mudança do hino de Santa Catarina foi arquivada
após o voto do deputado Fabiano da Luz (PT), nesta terça-feira, 28. A Proposta
de Emenda Constitucional (PEC) estava na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

A PEC foi encaminhada à CCJ em maio, mas desde então passou
por pedidos de vista de mais de três deputados, o que atrasou a votação. O voto
do deputado petista foi seguido pela maioria dos parlamentares da comissão, o
que levou ao arquivamento da proposta.
A PEC, de autoria do deputado Ivan Naatz (PL), determinava a
realização de um concurso público para a mudança do hino de Santa Catarina.
Adotada como hino estadual em 1895, a letra representa o Estado há 130 anos.
O principal argumento dos defensores da mudança da letra era
que ela, por ter caráter abolicionista, não fala propriamente de um tema
catarinense, já que diz respeito a uma luta de toda a nação, na segunda metade
do século XIX, pela abolição da escravatura.
O deputado Naatz argumenta que o hino atual reflete valores
e um contexto histórico que podem não mais ressoar com as gerações atuais.
Segundo Fabiano da Luz, a proposta foi considerada
inconstitucional: “Um pequeno grupo não pode determinar a mudança de um símbolo
estadual só porque ele fala sobre abolicionismo. O nosso hino mostra a
diversidade do nosso povo.”
A história do hino de Santa Catarina
A composição musical do maestro José Brazilício de Souza,
com letra de Horácio Nunes Pires, foi criada para um concurso realizado em
1890, com o objetivo de escolher um novo hino nacional, logo após a Proclamação
da República.
No entanto, a letra música de Leopoldo Miguez venceu o
concurso, com a letra de Medeiros e Albuquerque. Mesmo em primeiro lugar, a
canção não foi oficializada como hino nacional e se tornou o Hino da
Proclamação da República.
Já o hino de José Brazilício de Souza e Horácio Nunes Pires
foi adotado como hino de Santa Catarina pelo então governador Hercílio Luz, em
1895.
Confira o Hino de Santa Catarina
Sagremos num hino de estrelas e flores
Num canto sublime de glórias e luz
As festas que os livres frementes de ardores
Celebram nas terras gigantes da cruz
Quebram-se férreas cadeias
Rojam algemas no chão
Do povo nas epopeias
Fulge a luz da redenção
O povo que é grande, mas não vingativo
Que nunca a justiça e o direito calcou
Com flores e festas, deu vida ao cativo
Com festas e flores, o trono esmagou
Quebrou-se a algema do escravo
E nesta grande nação
É cada homem um bravo
Cada bravo, um cidadão
Fonte: NDMais