A professora Dra. Hillevi Maribel Haymussi e a acadêmica
Odete da Maia de Souza, por meio do Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP/Uniarp),
concluíram um estudo sobre a violência contra idosos em Caçador. A pesquisa,
realizada em 2025, utilizou dados fornecidos pelo Conselho Municipal da Pessoa
Idosa (CMPI) e pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, por
meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O
trabalho integra um projeto iniciado em 2018 que analisa a violência em
diferentes segmentos, como mulheres, crianças, adolescentes e violência nas
escolas.

Os resultados revelam um número preocupante de ocorrências
praticadas por pessoas próximas, principalmente do ambiente familiar. Entre
março e novembro de 2025, foram registradas 99 denúncias: 12 casos no CMPI e 87
casos no CREAS, apenas em duas instituições do município.
No CMPI, a maioria das vítimas (9) era do gênero feminino,
com idades entre 65 e 89 anos; os agressores, todos familiares (filhos, irmãos,
netos), tinham entre 25 e 69 anos. No CREAS, foram 44 ocorrências envolvendo
mulheres e 43 envolvendo homens, com vítimas entre 63 e 89 anos. Os agressores
também pertenciam ao núcleo familiar, incluindo filhos, netos, irmãos,
ex-companheiros e outros parentes, com idades entre 25 e 79 anos.
Os tipos de violência identificados incluem: agressão
física, abandono, exposição a risco à saúde, maus-tratos, insubsistência
afetiva, violência psicológica, violação patrimonial, tortura psíquica, ameaça,
coação e constrangimento. O estudo aponta que esses casos ocorrem em todas as
classes sociais, evidenciando que, apesar dos avanços legislativos e das
políticas públicas voltadas à proteção dos idosos, esse segmento continua
vulnerável a abusos e negligência.
A pesquisa reforça a necessidade de ampliar ações
preventivas e de conscientização. “As pessoas esquecem que, se são jovens hoje,
serão idosas amanhã”, alerta a professora Hillevi, destacando a importância de
fortalecer redes de apoio e mecanismos de denúncia.