Uma atleta com fortes ligações com a cidade de Caçador se destacou na Paraolimpíada de Tóquio. Alana Maldonado se tornou a primeira brasileira campeã paralímpica de judô neste domingo. Prata na Rio 2016, a atleta de 26 anos confirmou o favoritismo de ser a atual campeã mundial e conquistou o ouro da categoria até 70kg em Tóquio.
Foram duas vitórias por ippon até o triunfo por waza-ari na final contra Ina Kaldani, da Geórgia. O judô das Paralimpíadas é disputado entre pessoas com deficiência visual.
- Não caiu a ficha ainda. Eu queria fazer história, conquistar o primeiro ouro do judô feminino, como foi no Mundial, ser a primeira atleta paralímpica campeã mundial... Eu só tenho a agradecer a Deus, a minha família, meus amigos e a toda comissão técnica que estiveram junto comigo para realizar esse sonho. É único. Primeiro o Rio, em casa, e agora ser campeã paralímpica na terra do judô realizando meu sonho aqui. Não tenho palavras para explorar o que estou sentindo agora - disse Alana.
Natural de Tupã (SP), Alana morou em Caçador na infância e adolescência. Aos 14 anos, descobriu a Doença de Stargardt, que causa perda progressiva da visão. Judoca desde os quatro anos, ela então entrou para o judô paralímpico quando entrou para a faculdade. Conquistou uma prata inédita nos Jogos do Rio, foi a primeira brasileira campeã mundial em 2018 e agora se tornou também a pioneira de ouros paralímpicos.
- Eu sabia que não seria uma luta fácil, é uma atleta que reverte muito bem e estava esperando para me reverter. Quando eu consegui o waza-ari faltava um 1min45, eu estava com um shidô, poderia tomar mais um, então a atenção depois do waza-ari dobrou para conseguir manter o volume para aguentar até o final - contou Alana.
Em 2017, após a prata no Rio, Alana esteve em Caçador visitando familiares. Na época, ela conversou com alunos de um projeto de judô do Sesc.