A indústria catarinense teve em agosto seu primeiro saldo
negativo no número de trabalhadores em 2025. Dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED) mostram o fechamento de 1.754 vagas no setor
no primeiro mês de vigência das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos
produtos brasileiros. Mais diretamente ligados às exportações, as indústrias de
móveis e madeira tiveram saldo negativo de 1.236 postos de trabalho no mês.

Entre os municípios que mais foram afetados estão Lages, com
fechamento de 287 vagas no setor de madeira, e Caçador, que encerrou 281 vagas
no setor de madeira e móveis.
“Este é, infelizmente, um movimento já esperado. Conforme
estudo de cenário elaborado pela FIESC, a manutenção das tarifas nos níveis
atuais coloca em risco 20 mil empregos em Santa Catarina até 2027. Por isso,
reforçamos a urgência de abertura de negociações com o governo dos EUA”, afirma
o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Gilberto Seleme.

Em paralelo, a Fiesc disponibiliza o desTarifaço, um
programa de apoio a indústrias e trabalhadores afetados. Entre os serviços
oferecidos gratuitamente estão consultoria para novos produtos e mercados,
suporte para acesso a crédito e incentivos públicos e capacitação para funcionários
em situação de inatividade. Saiba mais em destarifaco.fiesc.com.br.
Panorama catarinense amplo
Outro setor com desempenho negativo foi o automotivo, com
queda de 302 postos de trabalho, como reflexo da queda registrada nos
emplacamentos e na produção de veículos automotores
No campo positivo, se destacam as indústrias de alimentos e
bebidas (145 vagas), produtos químicos e plásticos (61) e papel e celulose
(56). Na análise elaborada pelo Observatório Fiesc, se destaca a
fabricação de produtos de panificação, biscoitos e bolachas e laticínios, que
se beneficiam, em parte, do aumento do rendimento real da população.
Os macro setores de Comércio (-737 vagas) e Agropecuária
(-587) também registraram recuo em agosto, enquanto as empresas de Serviços
tiveram alta de 3.397 postos de trabalho.
Apesar do recuo em agosto, o emprego industrial segue
amplamente positivo no acumulado de 2025, com um total de 41.449 vagas abertas.
Serviços somam 36.623, Comércio chega a 6.061 e Agropecuária contabiliza -310.
No total, o estado abriu 83.817 vagas de emprego entre janeiro e agosto.
Desempenho da indústria nacional
O recuo no emprego industrial catarinense foi o segundo
maior do Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul, que registrou queda
de 4.615 no número de trabalhadores. Em terceiro ficou o Distrito Federal, com
-624. No campo positivo, os estados que mais contrataram no setor industrial
foram São Paulo (9.429), Pernambuco (5.979) e Rio de Janeiro (3.597).
Com informações: NDMais