A estiagem, que segundo estudiosos, é consequência do
fenômeno La Niña, que provoca seca no sul e chuvas no norte e nordeste, está
prejudicando a agricultura e a pecuária em Santa Catarina. Os efeitos são
maiores nas regiões Oeste, Extremo Oeste e Meio-Oeste.

Na microrregião de Caçador há vários municípios,
principalmente em localidades do interior, onde até mesmo os animais estão
sofrendo com a falta de água. Em termos de agricultura, o milho é a cultura
mais afetada com a falta de chuva.
Nem mesmo as precipitações dos últimos dias têm resolvido
problema. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, são chuvas mal
distribuídas, ou seja, chove bem em um lugar (mais de 20mm) e cinco quilômetros
distante a chuva é quase nada. Como se diz popularmente, são “chuvas de
mangueira”.

O agrônomo Ari Galeski, técnico da Epagri em Timbó Grande,
estima que as perdas com a lavoura de milho na região já beiram os 30%. “As
perdas já são significativas mesmo se voltar a chover. Mas, se continuarmos sem
chuva, aí a situação vai complicando ainda mais”, disse.
Segundo ele, para a cultura do milho, a fase crítica é 15
dias antes e depois do pendoamento. As lavouras que se encontram nestas fases
terão prejuízos maiores.
Em termos de mercado, Santa Catarina produz em torno de 4
milhões de toneladas, em anos normais, sendo que na safra passada a produção
foi prejudicada por causa da cigarrinha. O consumo de Santa Catarina é de cerca
de 8 milhões de toneladas, importando de outros estados e países vizinhos, para
atender a demanda.
O Governo criou o programa “Cereais de Inverno”, para
produzir trigo e outros cereais de inverno para amenizar esse déficit do milho.
O programa quase dobrou a produção de trigo do Estado, mas a estiagem que
prejudica a produção de milho, aumentará a necessidade de produção das culturas
incentivadas pelo Programa.