A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DIC), deflagrou a operação “Santo Ofício” entre os dias 7 e 20 de dezembro, elucidando o homicídio do vendedor ambulante Marcelo Balbino Correia, 22 anos. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado na linha Rio Bugre, no último dia 6.
Segundo o delegado Fernando Guzzi, coordenador da DIC, no decorrer da investigação foram identificados cinco autores, bem como os motivos, os meios empregados, o local e as circunstâncias do crime. Um deles está foragido.
“Houve a expedição de mandados de prisão e de busca e apreensão pelo Poder Judiciário de Caçador. Durante as buscas, houve a localização de drogas nas residências de três suspeitos, ocasionando também a sua prisão e indiciamento por tráfico de entorpecentes”, explica.
A operação se dividiu em etapas, em diferentes dias, contando com a participação de agentes da Delegacia da Comarca e da Delegacia Regional de Polícia, e de perito e auxiliares do Instituto Geral de Perícias (IGP).
Uma das prisões foi realizada pela Polícia Militar de Caçador, através da sua Agência de Inteligência, em apoio solicitado pela DIC, que não havia localizado um dos suspeitos.
Facção criminosa
Guzzi esclarece que alguns dos autores integram e outros simpatizam com facção criminosa atuante em Santa Catarina. Diante da suspeita de que a vítima integrasse uma facção rival, os criminosos realizaram uma espécie de “julgamento” e executaram Marcelo.
Porém, a polícia apurou que a vítima, embora tivesse passagens policiais em São Paulo, inclusive por tráfico, não participava de nenhuma facção criminosa.
A operação foi batizada de “Santo Ofício” devido à Inquisição na Idade Média e Renascimento, quando os “tribunais contra a heresia” queimava os considerados hereges, após julgamento.
“A operação é uma reafirmação da lei e da ordem em Caçador. Outros dois homicídios de 2018 tiveram motivos relacionados ao tráfico de drogas e simpatia por facção criminosa, e em todos eles houve a prisão ou apreensão (adolescentes) dos envolvidos. Contando os três crimes, 14 adultos e adolescentes foram presos ou apreendidos e aguardam julgamento encarcerados ou já foram condenados”, acrescenta Guzzi.
Até 48 anos de prisão
Segundo a polícia, os autores foram indiciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe, pelo emprego de asfixia e pela dissimulação, e também pelo crime de destruição de cadáver. A pena para cada autor pode chegar a 33 anos de prisão, em regime fechado.
Se condenados por tráfico de drogas, as penas podem chegar a 48 anos de prisão. Como os crimes são hediondos, a primeira progressão, para o regime semiaberto, deve ocorrer com 19 anos de pena cumprida para os primários e com 28 anos para os reincidentes.
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