O delegado da Comarca de Caçador, Eduardo Mattos, deu detalhes sobre o comportamento de Fábio da Silva, 22 anos, preso na semana passada acusado de homicídio. O jovem é apontado pela polícia como autor do assassinato de Lucas Pereira, também de 22 anos, cujo corpo foi esquartejado e enterrado em uma propriedade rural.
Foto: Agência RBS
Fábio é suspeito ainda de participação no homicídio do próprio pai em 2013, e pode estar envolvido em outras mortes. Isso porque testemunhas disseram à polícia que viram vídeos no celular de Fábio, em que ele aparece esquartejando outras duas pessoas.
Em entrevista ao repórter Roelton Maciel, do jornal Diário Catarinense, o delegado voltou a falar que Fábio tem características de um serial killer. A matéria traz detalhes curiosos do comportamento do suspeito, através de relatos de familiares dele à polícia,
Confira:
Que elementos a polícia tem para acreditar que se trata de um serial killer?
Pelos indícios coletados, pelo histórico dele (Fábio), de estar indiciado pela morte do próprio pai. Pelos vídeos contidos no celular do suspeito, onde em um deles ele aparece cortando uma pessoa ao meio, e pelas provas que temos do homicídio do Lucas. Acredito que estamos diante de um assassino em série.
A polícia não teve acesso, mas o que os relatos dizem do que aparece nos vídeos?
Há tempos ele saía de casa, dizia que tinha sede de sangue e voltava com a roupa suja de sangue. A família apenas desconfiava. Mas ele fez um vídeo cortando uma pessoa ao meio e falando para um familiar: "olha aqui, você falou que eu não tinha coragem". Em outro vídeo, Fábio aparece esquartejando outra pessoa, mas não dá para vê-lo nas imagens.Qual seria a motivação para gravar os crimes?É que todo mundo duvidava dele. Ninguém acreditava, então era uma maneira de provar. O serial killer não tem vontade só de matar. O fato de ir à noite, esquartejar e enterrar faz parte de um ritual. Todas as testemunhas foram ouvidas de surpresa e em momentos diversos. Elas relatam as mesmas frases que Fábio dizia.
O que se sabe sobre a personalidade do suspeito?
De acordo com relatos de familiares, após a morte do pai ele passou a ter alucinações, falava a todo o momento que o pai aparecia para ele, chegou a pedir ajuda para se internar. Por vezes relatava a familiares que tinha sede de sangue. Por esses elementos, a gente acredita que possa haver mais vítimas (...) Não tenho dúvidas de que se trata de um psicopata, um serial killer. Vamos precisar da colaboração dele em algum momento. Se analisarmos o histórico de casos assim, uma hora eles falam.
A hipótese de que há mais vítimas demanda muita investigação?
Além de a gente ter de identificar as vítimas, precisamos reconstituir eventuais crimes, que podem ter ocorrido há um ano, o que é difícil. Com o tempo as provas vão se perdendo. Mesmo delimitando a região de Caçador, é muito difícil sair à procura de corpos.
Quais os próximos passos da investigação?
Estamos trabalhando para concluir esse inquérito atual, que já temos corpo e vítima.Depois vamos focar em outras vítimas. Vamos consultar registros, certamente familiares de desaparecidos vão nos procurar.
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