A mãe do bebê desaparecido de São José, Nicolas Areias
Gaspar, confessou que entregou o menino a um homem depois de dois
anos de insistência. A criança foi encontrada com um casal em São Paulo, nesta
segunda-feira, 8.

A delegada da Delegacia de Proteção à Criança, ao
Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de São José, Sandra Mara, contou que
a mãe de Nicolas conheceu o homem que pegou a criança durante a gravidez, em um
grupo de apoio.
“Trata-se de um aliciador, que ficou durante dois anos
querendo aquela criança para entregar a outro casal”, explicou. Eles foram
detidos a caminho do Fórum de Tatuapé, onde iriam entregar Nicolas a um
promotor de Justiça diante da repercussão do caso.
O menino foi apreendido pelo Ministério Público de São
Paulo, com um mandado de busca e apreensão de Santa Catarina, e entregue ao
Conselho Tutelar paulista. O homem e a mulher, que não são casados, foram
presos em flagrante por tráfico de pessoas.
“A menina [mãe de Nicolas] entrou em um grupo de apoio
quando estava grávida e ele começou a conversar com ela, nesse grupo de apoio,
querendo a criança, dizendo que era para ele, então tem dois anos assediando
para entregar a criança. Ela é uma pessoa de saúde mental vulnerável, em um ato
de desespero, ela entregou”, avalia Sandra Mara.
Interrogatório da mãe
A mãe de Nicolas estava internada na Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI), depois de ser encontrada desacordada, e recebeu alta nesta
segunda. A delegada conta que a esperou na porta do hospital e a levou na
delegacia em seguida.
“Não podia perder um minuto nessa investigação, por que nós
já tínhamos perdido cinco dias.”
Inicialmente, a mulher negou que havia entregue a criança,
mas depois acabou confessando. Sandra Mara afirma que “ela não falou em entrega
de dinheiro. Nós só vamos ter certeza disso a partir da quebra de sigilo
bancário, que agora também vai fazer parte da investigação”.
A intenção da Polícia Civil catarinense era ir até São Paulo
e executar o mandado de busca e apreensão de Nicolas, além de quatro mandados
de prisão. Mas a investigação tomou outro rumo porque o menino está sob a jurisdição
da Justiça de São Paulo.
“O juiz da Vara de Infância e da Juventude vai decidir quem
vai levar, se é o Conselho Tutelar de São José que vai buscá-lo ou se é o de
São Paulo que vai trazê-lo. Ontem conversei com o Judiciário e não iria ter
entrega nenhuma hoje durante o dia sem eles analisarem o caso”, diz a delegada.
A mãe não foi presa em flagrante porque a conduta dela ainda
será avaliada pela polícia, assim como a quebra de sigilo bancário, para
verificar em qual crime será enquadrada.
Com informações: ND+