Um alvo específico. Essa é uma das hipóteses apuradas pela Divisão de Investigação Criminal (DIC), da Polícia Civil, sobre o assalto ao ônibus da empresa Catarinense ocorrido na madrugada de sábado, 29, em Caçador. A polícia iniciou a coleta de depoimentos dos passageiros.
O delegado Ronnie Reis Esteves, que coordena o inquérito, explica que, segundo as vítimas, os autores perguntaram por um nome, o que leva a crer que o crime foi cometido em busca de um alvo específico. Essa tese está sendo apurada, bem como a hipótese de que os assaltantes abordaram o ônibus errado.
“O crime é bastante complexo, tendo em vista que o local da abordagem é bastante ermo. Esperamos nos próximos dias tomar um novo depoimento do motorista do ônibus, que fez um relato muito sucinto, e esperamos mais detalhes dessa abordagem para que possamos entender a dinâmica do crime. Não descartamos nenhuma hipótese”, disse Ronnie.
Segundo o delegado, outro fator que dificulta a investigação são as informações. “Um disse que o carro dos assaltantes era branco, outro falou que era preto. A diferença é gritante”, exemplifica. Os primeiros passageiros a prestarem depoimento são os que residem em Caçador, e os demais serão ouvidos por carta precatória ou serão trazidos à cidade.
Nessa segunda-feira, 31, a Polícia Civil esteve na região onde ocorreu o crime em busca de indícios, porém nada revelante foi encontrado.
Denuncie
A Polícia Civil possui um canal de disque denúncia onde a própria comunidade pode repassar informações sobre este e outros crimes. O contato pode ser feito através do telefone 181 de forma totalmente gratuita, e o denunciante não precisa se identificar.
Duas pessoas feridas
Segundo a Polícia Militar, os passageiros relataram que, em Taquara Verde, um veículo emparelhou e os assaltantes fizeram diversos disparos contra a cabine do motorista, que foi obrigado a parar. Com os rostos cobertos e portando armas curtas, três criminosos entraram no ônibus, onde efetuaram mais dois disparos. O crime resultou em duas mulheres feridas.
Uma das vítimas, Simone Alves Martins, 44 anos, disse que levou um tiro de raspão na cabeça, porém se feriu levemente. Já a outra vítima, Edinauva Cézar do Nascimento Almeida, foi atingida possivelmente por estilhaços, também na cabeça, e continua internada no hospital.
Constrangimento
Também durante o assalto, os ocupantes do ônibus relatam que passaram por constrangimento. Eles tiveram que tirar as roupas e ficaram presos por pelo menos uma hora dentro do bagageiro do veículo. Os passageiros conseguiram abrir a porta, saíram e depois o motorista voltou com o ônibus e as vítimas para a rodoviária de Caçador, onde receberam ajuda da polícia, bombeiros e Samu.
Empresa auxilia vítimas
Em nota, a viação Catarinense informou que enviou um ônibus reserva ao local e está prestando atendimento aos passageiros e familiares. O motorista do ônibus passará por uma avaliação de saúde e pode ser afastado das funções até se recuperar do trauma.
Origem e destino
O ônibus havia saído de Florianópolis com destino a Assunção, no Paraguai. O veículo parou em outras seis cidades catarinenses, a última delas Caçador. Depois, deveria parar em outras oito cidades do Paraná, a última seria Foz do Iguaçu, duas no Paraguai e tinha como destino final Assunção.
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