Chegou no final da tarde desta quarta-feira, 19, em Caçador, Alisson Vagner Lopes, 27 anos, apontado como autor de duplo homicídio e outras três tentativas. O crime ocorreu na madrugada de domingo, 16, em uma chácara na Linha São Pedro. Loopes foi preso em São Bento do Sul na terça-feira quando se apresentou acompanhado de seu advogado. Ele foi transferido pelo delegado da Divisão de Investigações Criminais de Caçador (DIC), João da Cunha Neto.
De acordo com o delegado, Alisson será indiciado pelos crimes de duplo homicídio qualificado, três tentativas de homicídio qualificadas e uma lesão corporal, haja vista que esta vítima foi ferida no braço. Porém, nas outras pessoas que ele atacou com uma faca, ficou clara a intenção de ceifar a vida delas, levando em conta os ferimentos com gravidade.
Neto contou ainda que no dia do fato a DIC já esteve no local e desde então os policiais estavam em função do caso. Já foram ouvidas cerca de 25 pessoas. Ainda na segunda-feira, 17, o delegado conseguiu junto ao Poder Judiciário o mandado de prisão temporária e com isso, passou a trabalhar em cima da localização de Alisson.
“Quando foi levantada a possibilidade de que pudesse estar em São Bento do Sul, praticamente no mesmo instante o advogado entrou em contato e disse que seu cliente iria se apresentar na delegacia daquela cidade, onde ficou preso por conta do mandado de prisão”, declarou Neto.
Segundo o delegado, o inquérito já está no final. Faltam juntar alguns laudos, porém não restam dúvidas da autoria de Alisson nos crimes.
Motivação
Questionado sobre a motivação do crime, o delegado comentou que a história do acusado não fecha os elementos do inquérito policial. “Pelo que foi levantado, o motivo inicial foi ciúmes de uma menina que ele estava acompanhado na festa e não gostou dos olhares de um outro rapaz, iniciando uma discussão. Em seguida, ele teria puxado uma faca e feriu uma pessoa e dali por diante a confusão generalizou e várias pessoas ficaram feridas. Dois morreram, um fato violento além do normal na região. O que importa é que a polícia fez o seu trabalho e ele está preso e será encaminhado ao Presidio Regional de Caçador e esperamos que aguarde o seu julgamento preso”, revelou.
A arma
O delegado comentou ainda que em depoimento, Alisson relatou que não estava com a faca, que uma das vítimas estava armado. O agressor teria derrubado o rival, tomado a arma e desferido os golpes para se defender. Mas segundo o delegado, esta versão não bate com o que foi levantado até o momento.
Advogado trabalha em cima da legítima defesa
O advogado de Alisson, Silvio de Morais Cesar Júnior, irá trabalhar a tese de legítima defesa. De acordo com ele, seu cliente agiu de tal maneira para proteger a sua vida. Na hora do tumulto, encontrou uma faca no chão e na tentativa de salvar sua vida levantou e efetuou os golpes. Quando conseguiu achar um caminho se evadiu pelo mato. "A defesa é em cima de legítima defesa. Meu cliente soube das mortes somente no dia seguinte”, afirmou.
Segundo o advogado, ele foi procurado pela família de Alisson e está acompanhando o inquérito até a finalização. Ele disse ainda que irá entrar com uma medida para que seu cliente acompanhe o processo em liberdade. “Alisson tem emprego e endereço fixo e ele não vai se negar a cooperar com o processo”, comentou Junior.
Questionado o porquê de Alisson não ter se apresentado antes, o advogado comentou que não fez isso de medo. Ele relatou que após os fatos, seu cliente saiu correndo, fugiu a pé e recorreu aos parentes para pedir ajuda.
“Ele não se apresentou antes por medo e buscou ajuda com os familiares. Participou da briga e não tem como negar isso, até pelos ferimentos no rosto. No dia sangrou muito e no relato dele, no momento da briga o sangue corria nos olhos o que prejudicou a visão”, finalizou o advogado.
Marcelo Augusto Vieira e Marcelo Roberto da Silva morreram na hora com golpes de faca