Durante a sessão ordinária desta segunda-feira, 5, o
presidente da Câmara Municipal de Caçador, Almir Dias (PSDB), apresentou
indicação ao Poder Executivo solicitando a realização de um estudo de
viabilidade para incluir no Programa Mãe Caçadorense e Saúde da Mulher o
treinamento em primeiros socorros voltado aos pais ou responsáveis por
recém-nascidos.

A proposta tem como objetivo capacitar familiares para agir
em situações de emergência, como engasgamento, aspiração de corpo estranho e
prevenção de morte súbita do bebê, com ênfase na aplicação correta da manobra
de Heimlich.
Segundo ele, o pedido é motivado por dados alarmantes sobre
a mortalidade infantil decorrente de asfixia, sobretudo nos primeiros 12 meses
de vida. “Uma das principais causas de morte em recém-nascidos é o
engasgamento, geralmente provocado por refluxo gastroesofágico durante a
amamentação, seja no seio materno ou por mamadeira. Essa é uma tragédia que
pode ser evitada com conhecimento básico e ação rápida”, alertou o vereador.
Almir apresentou dados da Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP) apontando que cerca de 15 bebês morrem diariamente no Brasil devido a
acidentes domésticos desse tipo. A sufocação ou engasgamento ocupa o terceiro
lugar entre as principais causas de morte por acidentes entre crianças e é a
principal causa de óbito entre menores de um ano. Já segundo a ONG “Prevenir em
Casa”, mais de 700 crianças perdem a vida anualmente por engasgos ou sufocações
evitáveis.
O parlamentar ressaltou que medidas simples adotadas durante
e após a amamentação podem reduzir drasticamente essas ocorrências, mas que o
diferencial pode estar na rapidez e preparo dos pais. “Saber agir corretamente
nos primeiros instantes é crucial. A técnica de primeiros socorros, quando
aplicada imediatamente, pode salvar vidas. E o mais importante: é fácil de
aprender.”
A manobra de Heimlich, indicada nesses casos, consiste na
aplicação de pressão no diafragma da vítima para provocar uma tosse forçada,
expulsando o objeto que obstrui as vias aéreas. Em bebês de até um ano, a
técnica é adaptada e difere daquela usada em crianças maiores ou adultos. “O
tempo de resposta até a chegada de socorro especializado pode ser decisivo. Se
os pais estiverem treinados, as chances de sobrevivência aumentam
significativamente”, completou.
A indicação segue agora para análise do Executivo, que poderá
incorporar a proposta às ações de saúde preventiva já
desenvolvidas no município.