O processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL) foi admitido na madrugada deste sábado, 24, por volta de 1h50min, em sessão do Tribunal Misto de Julgamento na Alesc (Assembléia Legislativa de Santa Catarina). Foram seis votos a favor da denúncia e quatro contra. Com o resultado, Moisés é denunciado e ficará suspenso do cargo de governador a partir de terça-feira, 27.
Já na votação do processo contra a vice, Daniela Reinehr (sem partido), houve empate. A decisão de prosseguir com a denúncia ficou nas mãos do presidente do TJSC, desembargador Ricardo Roesler, que a rejeitou. Sendo assim, Daniela assumirá como governadora interina na próxima semana.
Saiba como foi a votação
O relator do caso, deputado Kennedy Nunes (PSD), e o deputado Maurício Eskudlark (PL) votaram a favor do impeachment do governador e da vice. Já os desembargadores Carlos Alberto Civinski, Sérgio Antônio Rizelo e Cláudia Lambert de Faria se posicionaram contra o afastamento de ambos.
O deputado estadual Kennedy Nunes, que é relator do caso, foi o primeiro a votar, a partir das 10h. Ele leu o relatório por cerca de duas horas e meia e votou a favor do afastamento temporário de Moisés e Daniela.
Após o primeiro voto a sessão foi interrompida por uma hora. No retorno, o desembargador Carlos Alberto Civinski anunciou o voto contra o afastamento de governador e vice. Em seguida, às 16h, foi a vez do desembargador Sérgio Antônio Rizelo se manifestar e também votar contra o impeachment. O deputado Maurício Eskudlark deu o segundo voto a favor do impedimento, deixando o placar em 2 a 2.
No início da noite, a desembargadora Cláudia Lambert de Faria fez um longo voto técnico e definiu também pela rejeição da denúncia, o que deixou o placar em 3 a 2 em favor da manutenção de Moisés e Daniela nos cargos. Às 21h22 a votação foi retomada com explanação e voto do deputado sargento Lima (PSL), que foi favorável ao impeachment.
Logo depois, o desembargador Rubens Schulz votou contra o impeachment, sem se alongar. O voto segue com o deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB), que leu todo o seu voto contra Moisés e Daniela. O desembargador Luiz Felipe Sierget foi o último magistrado do tribunal de julgamento a votar.
Os votos dos desembargadores têm seguido forte embasamento técnico e jurídico, surpreendendo quem esperava uma análise mais política sobre a denúncia. Essa postura têm resultado em uma votação equilibrada, que pode exigir até mesmo o voto de desempate do presidente do Tribunal de justiça (TJ-SC), Ricardo Roesler.
A futura governador interina Daniela Reinehr acompanhou a votação na Assembleia Legislativa e celebrou os primeiros votos favoráveis à rejeição da denúncia. Já o governador Carlos Moisés manteve a agenda com compromissos no Sul e no Oeste e acompanha a votação ao longo do dia, pela internet.
A ordem de votação:
1. Deputado e relator Kennedy Nunes: a favor do impeachment
2. Desembargador Carlos Alberto Civinski: contra o impeachment
3. Desembargador Sérgio Antônio Rizelo: contra o impeachment
4. Deputado Maurício Eskudlark: a favor do impeachment
5. Desembargadora Cláudia Lambert de Faria: contra o impeachment
6. Deputado Sargento Lima: a favor do impeachment de Moisés e contra o afastamento de Daniela
7. Desembargador Rubens Schulz: contra o impeachment
8. Deputado Luiz Fernando Vampiro: a favor
9. Desembargador Luiz Felipe Schuch: a favor
10. Deputado Laércio Schuster: a favor
O presidente do TJ-SC, Ricardo Roesler, decidiu o empate de 5x5 do julgamento referente a participação da vice no caso, onde Ricardo analisou e definiu que Daniela, não teria participação neste caso.