Após um ano com fortes efeitos do El Niño, com chuvas acima
da média e sucessivas enchentes, Santa Catarina se prepara para outro fenômeno
climático que pode causar reflexos no Estado em 2024: o La Niña.

O fenômeno consiste no resfriamento excessivo das águas do
Oceano Pacífico, o oposto do que ocorre no El Niño. A consequência do La Niña,
em vez de chuvas excessivas, é a falta de chuvas e processos de estiagem em
Santa Catarina, que podem afetar especialmente a agricultura.
De acordo com especialistas no assunto, Santa Catarina deve
começar a sentir os efeitos do La Niña neste mês de junho, com chuvas mais
escassas e tempo firme por períodos prolongados.
Ainda não há definição sobre quando o La Niña pode começar a
produzir efeitos no Estado. Uma reunião do Fórum Climático Catarinense feita
nesta semana apontou que ainda é cedo para indicar quando o fenômeno começa.
Por enquanto, é o El Niño quem ainda está em cena. Ele deve perder força a
partir de março, e dar origem ao período de neutralidade, que antecede a
transição para o La Niña.
Quando chega La Niña?
Alguns modelos, no entanto, indicam que o La Niña pode ter
início em outubro, época da primavera. Se isso acontecer, o efeito pode ser
menor, já que essa estação tem historicamente um volume de chuvas alto, que
poderia compensar os reflexos de tempo seco do La Niña.
A época em que o La Niña começa a ter efeitos sobre o clima
de Santa Catarina é determinante para projetar quais os reflexos que ele pode
causar para a agricultura do Estado. O analista de Socioeconomia da Epagri,
Haroldo Tavares Elias, explica que se isso ocorrer no meio do ano, no período
de inverno, não deve provocar muitas consequências. Isso porque culturas desta
época do ano, como o trigo, exigem pouca água para dar resultados.
No entanto, se esse início de incidência do La Niña se
postergar e resultar em estiagens nos meses de setembro e outubro, no período
da primavera, pode afetar o período do plantio das chamadas safras de verão,
com culturas como milho, soja e arroz.
Esquemas para reserva de água
A principal medida apontada por especialistas da Epagri para
prevenir prejuízos com estiagens no Estado é a instalação de sistemas de
reserva de água, com açudes e cisternas, e de irrigação das plantações. Essas
soluções podem ajudar a acumular água para plantações e hidratação de animais
nos períodos de seca. A Secretaria de Estado da Agricultura desenvolve
programas para estimular investimentos nessas áreas.
com informações: NSC