A tempestade tropical Akará, que se formou na costa do
Sul do Brasil nas primeiras horas desta segunda-feira, 19, passou pelos
estágios de depressão subtropical e depressão tropical, até atingir o nível em
que está.

Além disso, esse fenômeno se trata de um dos muitos raros
episódios de uma tempestade tropical. Conforme o portal MetSul
Meteorologia, essa tempestade é o estágio anterior ao de um furacão em ciclones
tropicais, registrados até hoje na costa do Brasil.
Ainda, o portal meteorológico aponta que uma vez indicado o
ciclone como uma tempestade, o fenômeno passa a ser chamado conforme a lista
oficial de ciclones que fogem do padrão (subtropicais ou tropicais) prevista
pela Marinha para a costa brasileira.
Levando o nome de uma espécie de peixe na língua Tupi, esta
tempestade foi chamada de tempestade tropical Akará. Além disso, neste século
foram raros episódios de tempestades tropicais na costa do País, aponta a
MetSul Meteorologia.
Tempestade tropical Akará é um fenômeno raro
A formação deste fenômeno chamou atenção da comunidade
internacional. Além disso, a tempestade tropical Akará rendeu posts nas redes
sociais sobre o alerta emitido da tempestade pelas autoridades brasileiras.
Houveram apenas quatro eventos desta natureza. Em 2004,
antes de ser um furacão, Catarina obviamente passou pelo estágio de tempestade
tropical.
Em 2010, embora alguns trabalhos acadêmicos classifiquem
como tempestade subtropical, a MetSul e parte da comunidade especialista em
ciclones dos Estados Unidos interpretam que Anita foi uma tempestade tropical.
Há alguns anos houve outras duas tempestades tropicais no
Litoral brasileiro. Uma se chamava Iba e a outra sem nomenclatura definida.
O fenômeno Iba, em março de 2021, se formou a partir de um
sistema de baixa pressão que se aprofundou após a passagem de uma frente fria
na costa da Bahia, mas que não causou estragos.
O Serviço de Meteorologia Aeronáutica informa que o ciclone
classificado como Tempestade Tropical “Iba” se formou hoje às 13:00h sobre o
Oceano Atlântico, na faixa litorânea que compreende o norte do Espírito Santo e
o sul da Bahia.
E, por fim, a tempestade tropical 01Q, em fevereiro de 2021.
Esse foi um sistema que não foi nomeado pela Marinha do Brasil e foi
classificado como tempestade tropical pela NOAA.
O fenômeno atuou sem causar danos a uma grande distância da
costa na altura dos litorais do rio Grande do Sul e do Uruguai.
Condição atual da tempestade tropical Akará
A tempestade Akará era um fenômeno tropical em
intensificação na madrugada desta segunda-feira na costa do Sul do Brasil.
Conforme o NOAA, a tempestade às 3 horas desta segunda
estava nas coordenadas -29ºS e 42,3ºW com pressão mínima central de 997 hPa,
portanto em alto-mar, a Leste do Litoral Norte do Rio Grande do Sul e do
Litoral Sul de Santa Catarina.
Ainda, conforme a análise da NOAA, a tempestade tropical
Akará se intensificou de 2.0 para 2.5 na técnica de Dvorak de ciclones
tropicais, o que fez com que o sistema fosse elevado de depressão subtropical
para tempestade tropical.
Um número 2.5 corresponde a ventos sustentados de 35 nós ou
65 km/h. Um ciclone tropical com ventos sustentados entre 63 km/h e 119 km/h é
classificado como uma tempestade tropical. Se os ventos forem acima de 119
km/h, o sistema passa a ser designado como um furacão.
O fenômeno vai trazer impactos para o Continente?
Segundo o portal meteorológico, a trajetória da tempestade
tropical Akará deve ser se deslocando para Sul em alto-mar a uma maior
distância do Continente.
Embora o campo de vento forte de um ciclone possa se
estender por centenas de quilômetros, em especial em ciclones extratropicais, o
que não é o caso deste, o vento mais forte e intenso ficaria limitado as áreas
de mar aberto e distante da faixa costeira por todas as projeções, sem exceção.
O primeiro subtropical de 2024
O modelo GFS mostra a evolução deste sistema no mar, com
possível chance em se transformar em Tempestade Subtropical com rajadas de até
88 km/h, se isso ocorrer, será batizado de Akará que significa (Espécie de
peixe).
Com a atuação da tempestade tropical Akará, um impacto que
pode ser sentido na costa é agitação marítima com ondas mais altas, mas nada
significativo.
Mesmo o risco de uma ressaca maior não é alto, uma vez que,
pelas características do sistema e a intensidade do vento em torno do seu
centro de circulação não seria tão expressivo como nos comuns ciclones
extratropicais de inverno.
Com informações: ND+