Adelmo Alberti, ex-prefeito de Bela Vista do Toldo/SC,
deixou o presídio regional de Caçador onde estava preso desde junho de 2021,
quando foi alvo da quarta fase da Operação Et Pater Filium. O alvará de
soltura foi expedido pela Vara Criminal de Canoinhas no fim da tarde de
terça-feira, 9. Adelmo usará tornozeleira eletrônica, segundo as condições do
alvará de soltura.
A defesa entendeu que o ex-prefeito poderia ter a prisão
revogada neste momento. “Apresentamos requerimento neste sentido, com o qual o
Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) se manifestou favorável, mediante
condições, tendo o Judiciário revogado a prisão preventiva, mediante a
imposição de algumas medidas cautelares”, relatou o advogado Paulo Glinski, que
junto com seu irmão, o advogado Luis Glinski, defende o ex-prefeito.
Como condições para a liberdade, Alberti não pode se
ausentar da comarca sem autorização judicial, não pode frequentar as
dependências da prefeitura, não pode manter contato com os demais denunciados e
com qualquer pessoa vinculada às denúncias da Operação Et Pater Filium.
Pela restrição de circulação monitorada por tornozeleira, Alberti
só poderá circular nos limites da comarca, ou seja, nas cidades de Canoinhas,
Bela Vista do Toldo, Major Vieira e Três Barras.
Acordo
Assinado em 15 de outubro do ano passado, o acordo de
colaboração premiada firmado entre Adelmo Alberti e o MPSC, reduz a 12 anos de
prisão a pena do réu em vários processos que apuram atos de corrupção aos quais
Alberti é acusado. Desde que firmou o acordo, Alberti passou a entregar todo o
esquema do qual participava e que é apurado pela Operação Et Pater Filium. Foi
a partir da sua delação (hoje chamada de colaboração premiada) que o MPSC
chegou às prisões de Beto Passos (PSD) e Renato Pike, presos na sétima fase da
Operação.
O acordo de colaboração premiada elenca uma série de
compromissos por parte de Alberti. Entre eles está entregar ao Município, como
forma de ressarcimento, um terreno na rua Estanislau Schumann, uma escavadeira
hidráulica, uma retroescavadeira Massey Ferguson, três caminhões tratores, uma
prancha reboque, um caminhão Mercedes-Benz, três semirreboques, um caminhão
Volkswagen, uma caminhonete Toyota Bandeirantes e uma escavadeira hidráulica,
tudo em seu nome.
Além do material que consta como propriedade de Alberti, ele
ainda entregou 23 áreas de terras no Loteamento Recanto Verde e o Auto Posto
Bela Vista.
O ex-prefeito se comprometeu, ainda, a pedir exoneração do
cargo de assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Bela Vista do Toldo e,
durante o período de 10 anos, não exercer qualquer função pública e afastar-se
de qualquer atividade empresarial que negocie ou contrate com o Poder Público,
direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica própria ou
de terceiro.
Por que Et pater filium
A operação Et Pater Filium, foi deflagrada em julho de 2020
com as prisões do então prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini, e de seu
filho, Marcus Vinícius Severgnini.
A expressão em latim – Et pater
filium – remete ao fato de estarem associados para o cometimento dos
atos de corrupção duas duplas de pai e filho, empresários, de um lado, e funcionários
públicos, de outro.
Com informações: JMais