Contar com parcerias internacionais para entregar soluções
completas e para criar novos produtos e modelos de gestão podem otimizar a
internacionalização da indústria. Experiências catarinenses relatadas nesta
terça-feira, 22, no primeiro dia do Fórum Radar Reinvenção, evidenciam que
alianças comerciais e investimentos em inovação são essenciais neste processo.
O evento, promovido pela Academia Fiesc de Negócios, abordou ainda a reinvenção
da indústria no mundo e a transição energética no setor.
O diretor-presidente da Temasa, Leonir Tesser, contou a
história da indústria moveleira de Caçador que exporta 100% da produção,
emprega 700 colaboradores e tem no portfólio clientes como a Ikea, marca global
de móveis e decoração.
Em parceria com arquitetos da companhia sueca, a Temasa
desenvolveu caixas organizadoras de madeira. “No primeiro ano, eu tinha que ter
uma fábrica capaz de produzir 250 mil caixas. Atualmente, a fábrica produz 1,2
milhão de peças, mas a demanda global da Ikea é de 8 milhões de caixas, ou
seja, ainda há um mercado exponencial que podemos atender”, relatou.
Outro case apresentado foi da Mendes Máquinas. André Fabris,
presidente da Mendes Máquinas, contou que o tema internacionalização ganhou
força nos últimos cinco anos na empresa por meio das parcerias estabelecidas
com empresas internacionais que são referência nos ramos em que atuam. “A
Mendes tem parcerias com empresas alemãs, suíças, canadenses, italianas e
norte-americanas para soluções em segmentos como softwares de otimização,
estufas de secagem, picadores, descascadores, entre outros”, detalhou André. A
busca por alianças tinha como objetivo promover um avanço tecnológico com mais
rapidez e entregar soluções completas. As parcerias internacionais
representaram um incremento de 30% no resultado operacional da Mendes Máquinas
em 2021 e foram essenciais para a conclusão de projetos de grande porte da
companhia.
A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria
Teresa Bustamante, mediou o painel e frisou que a internacionalização é um dos
eixos centrais da reinvenção da indústria. "Internacionalizar não é pensar
apenas na importação e exportação, vai muito além do comércio. É uma circulação
de ideias globais, é atitude, filosofia, perpassa discussões de modelos de
negócios e de cooperação, diz respeito à necessidade cada vez mais presente de
se construir alianças e, acima de tudo, de reconhecer a importância das pessoas
neste processo”.
O Fórum Radar Reinvenção segue nesta quarta-feira, 23, a
partir das 9 horas tratando dos temas formação de talentos para o futuro,
logística e cadeias globais e descarbonização na prática. O evento se encerra
com painel que aborda a reindustrialização no Brasil e em Santa Catarina.