Um projeto que está sendo desenvolvido pelo estudante de engenharia de produção do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC Caçador), Pedro da Costa Nogueira, em parceria com a mentora e docente do Instituto, Anna Carolina de Oliveira Mendes, denominado “Doe Vida”, busca coletar dados e apoio da comunidade para possível instalação de um hemocentro em Caçador, visando estimular a doação de sangue e aumentar a coleta para atender principalmente a nossa região.
A proposta foi apresentada aos vereadores caçadorenses pelo estudante Pedro Nogueira durante o uso da Tribuna Livre na sessão ordinária desta terça-feira (19). Segundo ele, a iniciativa conta com a parceria de várias entidades locais e do poder público municipal que, no decorrer do projeto, se engajaram na causa.
O estudante, que é natural de São Paulo e era doador de sangue no seu estado, conta que chegou a Caçador no início do ano passado para estudar no IFSC e observou que o Município não conta com estrutura para coleta e distribuição de sangue. A partir daí, e com o auxílio da bolsa lançada pela Pró-Reitoria de Extensão e Relações do IFSC (PROEX), começou a pensar em possibilidades que contribuíssem para mudar a realidade.
“Inicialmente o objetivo era criar uma conscientização maior nas pessoas sobre a importância de ser dadores e trazer alguma campanha para a cidade, mas na medida em que o projeto foi avançando observamos a necessidade de ampliar o horizonte e tentar algo a mais. Buscamos conhecer os hemosc do Estado, especialmente os de Blumenau e Joaçaba, que fornecem sangue para Caçador e a região”, explica.
A partir de então, a dupla começou a pesquisar e planejar ações que envolvesse a comunidade. Dez mil unidades de um panfleto produzido por enfermeiros locais e contendo questionário com dez perguntas foram confeccionadas e distribuídas em pontos estratégicos de Caçador, visando coletar dados a respeito. Deste total, dois mil já retornaram aos pesquisadores, sendo 1072 já computados até o momento.
“A meta é termos em mãos pelo menos quatro mil questionários, já que o projeto ainda está em andamento. Através das respostas, estamos computando o nível de escolaridade, o tipo sanguíneo das pessoas para efetuarmos um cadastro, qual o melhor período para a estrutura atender os possíveis doadores e o apoio à criação do hemocentro, que conta até o momento com a aprovação de 99,3% dos entrevistados”, afirma, destacando ainda o apoio dos postos de saúde neste trabalho.
Outro fator importante perguntado é sobre o interesse das pessoas se tornarem doadores de sangue. Pedro explica que o resultado parcial identifica que 91% tem este desejo. Os demais justificam que não doam porque não há a estrutura para isso.
“Hoje o grande problema é a distância para a pessoa se tornarem doadoras, precisando se deslocar para Joaçaba e lá permanecer por algumas horas para efetivar a ação. A falta de um hemocentro mais próximo gera riscos à nossa população, especialmente em situações de emergência. Penso que essa é uma luta de todos e quanto mais pessoas estiverem engajadas, maior a possibilidade de este sonho ser concretizado”, finaliza.
A iniciativa foi enaltecida pelo Presidente do Legislativo, Alcedir Ferlin, e pelos Vereadores Cleony Figur e Paulo Jarschel, que se colocaram à disposição para auxiliar.