Após um ano e meio de espera, Carlos José Correa finalmente sentará no banco dos réus. O julgamento do acusado de matar o técnico de futebol Josué Henrique Kaercher, em 2015, será na próxima sexta-feira, 23, no Tribunal de Caçador. O júri popular terá início às 9h.
O crime ocorreu no dia 11 de dezembro de 2015. Na época, Carlinhos da Pantera Negra, como ficou popularmente conhecido o réu, teria matado Josué com um tiro no peito. O julgamento é um dos mais aguardados e um dos mais polêmicos de Caçador.
O réu foi pronunciado por cinco crimes
Carlinhos foi pronunciado por cinco crimes: homicídio duplamente qualificado (contra Josué); tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Richard Kindermann; cárcere privado contra cinco pessoas; constrangimento ilegal; e posse irregular de arma de fogo.
Se condenado a pena máxima de cada um dos crimes, o réu pode pegar 67 anos de prisão. Carlinhos continua preso no Presídio Regional de Caçador desde a prisão em flagrante.
O juiz de direito Rodrigo Dadalt irá presidir o júri popular. A acusação será feita pelo promotor João Paulo de Andrade, do Ministério Público. A Defensoria Pública de Caçador assumiu o caso, porém, como a defensora está de férias, o júri será conduzido por um defensor público de Lages.
Relembre o crime
Por volta das 11h da manhã de sexta-feira, 11 de dezembro de 2015, Carlos Corrêa invadiu armado o Hotel Kindermann onde eventualmente estavam alguns membros da diretoria do clube de futebol feminino que levava o nome do hotel.
Na sala estavam o presidente Salésio Kindermann, o vice Richard Kindermann, o técnico da equipe, Josué Kaercher, além de outros funcionários.
Carlos chegou no local uma sacola. Na sala de reuniões ele sacou um revólver, pegou uma garrafa de uísque, copo, gelo e cigarro. Ele tinha várias munições nos bolsos.
Técnico Josué Kaercher foi morto aos 35 anos
O homem passou a fazer ameaças e chegou a dizer que ninguém sairia vivo da sala. Ele tinha uma lista de nomes e pediu que mais pessoas ligadas ao clube fossem chamadas na sala.
Carlos efetuou um disparo contra Josué e atingiu o peito do técnico. Em seguida mirou contra o Richard e apertou o gatilho, mas a arma falhou. Neste momento, Richard entrou em luta corporal com o acusado e com a ajuda das demais pessoas conseguiu imobilizar o atirador.
Carlinhos foi preso em flagrante após o crime
O atirador alegava que o ato era um acerto de contas por ele ter sido demitido da equipe. Carlinhos treinou o time sub 17 no início do ano, mas foi desligado depois que fez uma viagem com a equipe bêbado.
Josué foi socorrido pelos Bombeiros Voluntários, mas morreu ao dar entrada no Hospital Maicé.
Carlos foi preso no local e encaminhado à Delegacia onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. A arma usada também foi apreendida. Em revista pessoal, foram encotradas mais 50 munições intactas.
Alguns dias depois do homicídio, o Kindermann anunciou o encerramento das atividades. Naquele ano, o time de futebol feminino de Caçador havia conquistado o título da Copa do Brasil