Foram condenados em júri popular nesta sexta-feira, 24, no Tribunal de Caçador, a dupla Lucas Jungles de Souza Ferreira dos Santos, de 20 anos, e Jonathan Willian Alves Ruppel França, 22. A condenação foi de uma tentativa de homicídio praticada em 2015 contra Ernesto Pereira Gomes, então síndico do Residencial Meu Lar.
Por maioria de votos, os jurados decidiram que os dois eram culpados. Lucas pegou 4 anos e 6 meses de reclusão e Jonathan 6 anos. Ambos foram sentenciados à pena em regime inicialmente semiaberto, podendo recorrer em liberdade.
O júri foi presidido pelo juiz de direito Rodrigo Dadalt e teve a presença da própria vítima, que acompanhou do início à sentença. A acusação foi feita pelo promotor Fernando Rodrigo de Menezes Junior, e a defesa pelo advogado Cristiano Frederico Correa de Souza e a defensora pública Elaine Caroline Masnik.
Defesa alegava inocência
Para os defensores dos acusados, Lucas e Jonathan agiram em legítima defesa e não tentaram matar a vítima. A tese de defesa foi baseada na história de que a vítima Ernesto foi quem iniciou uma briga e, armada, partiu para cima de Jonathan, que reagiu. Lucas teria atuado em defesa do amigo, diziam a defensora pública e o advogado.
Sobre a acusação
Já o promotor acusou a dupla de terem agredido a vítima dando início a execução de um crime de homicídio, “o qual somente não se consumou por circunstâncias alheias à vontade de ambos, uma vez que a enteada da vítima e a vizinha intervieram e impediram que as agressões continuassem”.
Ainda segundo a acusação, o crime foi cometido pelos denunciados mediante o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, “haja vista que se valeram da superioridade numérica e de armas para agredi-la, atacando pelas costas e o perseguindo até o interior de sua casa”.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 22 de novembro de 2015, no Residencial Meu Lar, no bairro Bom Sucesso, por volta das 21h. Ernesto Pereira Gomes, síndico do local, foi socorrido pelo Samu e levado ao hospital com alguns ferimentos provocados por faca e facão.
Foram três golpes: um atingiu a região lombar, outro uma das pernas e o mais grave no peito, o qual teria perfurado seu pulmão e o feito perder muito sangue. Apesar da gravidade, a vítima sobreviveu.
Algumas semanas após o crime, o Instituto Geral de Perícias (IGP) de Caçador fez a reconstituição dos fatos no Residencial Meu Lar. As fotos e informações coletadas no local foram usadas durante o júri popular desta sexta-feira, 24.
"A Reprodução Simulada dos Fatos é a documentação do relato das partes envolvidas (autor, vítima, testemunhas), sempre em versões apresentadas em separado, ilustrado por fotografias, realizado no local e sempre que possível nas mesmas condições (sobretudo iluminação) do momento do fato. Por fim, os peritos realizam o confronto e a discussão das versões apresentadas", explica o responsável pelo IGP, perito criminal Luiz Carlos Reichert.