Marli Aparecida Teles de Souza, 48 anos, acusada de matar o ex-companheiro em 2014, sentará no banco dos réus juntamente com o filho, Ulisses Antônio Souza de Oliveira, 23 anos, acusado de participação no crime. O júri popular será realizado nesta sexta-feira, 17, a partir das 9h, no Tribunal de Caçador.
Eles são acusados de premeditar o crime para receber seguros de vida no valor de R$ 1,2 milhão, por isso o caso ficou nacionalmente conhecido como da "Viúva Negra". Ambos estão presos desde que a polícia descobriu a trama, em novembro de 2014.
No júri da próxima sexta-feira estará na acusação o promotor Fernando Rodrigues de Menezes Junior e na defesa a advogada Márcia Helena da Silva. Veja o que cada um tem a dizer sobre o caso:
Acusação: “O crime foi bastante planejado”
O promotor Fernando Rodrigues de Menezes Junior, inicia explicando que Marli responde por quatro crimes, sendo o mais grave o homicídio do ex-companheiro Rui. Também responde por fraude processual (alterar a cena do crime para parecer um acidente) e dois estelionatos em seguros de vida que somados chegariam a indenizações de R$ 1,2 milhão.
“O crime foi bastante planejado, desde a contratação do seguro até a aquisição dos medicamentos para envenenar a vítima, além da alteração do local do crime. O Rui morreu na casa da Marli, o corpo foi colocado dentro do veículo para parecer um acidente. Como eram muitas coisas para cuidar, acabaram deixando vestígios que trouxeram suspeitas”, disse em entrevista à Rádio Caçanjurê.
A acusação também comenta que o processo é extenso, possui quase 2,5 mil páginas, mais de 30 testemunhas ouvidas e várias perícias e documentos para serem analisados.
“O trabalho foi feito a contento pela Polícia Civil e Ministério Público, e no dia do júri o resultado deve ser o mais correto possível. O que esperamos é que os jurados analisem as provas que serão mostradas e tomem a melhor decisão”, completa.
Defesa: “Ela é viúva, mas de longe uma viúva negra”
A advogada Márcia Helena da Silva, que defende Marli e o filho Ulisses, afirma que foi criado um mito nesse caso pela mídia. Ela classifica os depoimentos das testemunhas como fantasiosas, contaminados pela emoção de pessoas que tinham ligação com Rui.
“A defesa entende que as provas periciais são as que tem melhor relevância, até porque as testemunhais são pessoas que tem envolvimento com a vítima, como filho e ex-esposa. Vemos que os depoimentos são nutridos de ódio por causa do relacionamento que a Marli teve com Rui”, disse Márcia, também em entrevista à Rádio Caçanjurê.
A defesa também diz que Marli irá quebrar o silêncio. “O antigo defensor preferiu manter o silêncio de ambos, mas nós acreditamos que o caminho não é esse. A Marli e Ulisses vão contar tudo o que aconteceu no dia do suposto crime. Irei utilizar muito das provas periciais para então comprovar o depoimento que Marli dará em júri. Ela é viúva, mas de longe é uma viúva negra”, finaliza.