"Como você faz falta aqui meu amor, os dias nunca mais foram os mesmos desde que você se foi, são de saudades e dor". Foi com essa reação que Marlei Cardoso, viúva de Josué Henrique Kaercher, se expressou na sua página do Facebook. A lamentação foi publicação neste domingo, 11, quando completou um ano de falecimento do técnico do Kindermann, brutalmente assassinado com um tiro no peito.
"O que eu me apego e me força são nas lembranças boas que vivemos, no nosso amor que era e sempre será lindo, na tua felicidade na alegria de viver. Sei que aonde você estiver sempre estará me amando e protegendo! Te amo eternamente, você faz muita falta", escreveu Marlei.
O crime
Por volta das 11h da manhã de sexta-feira, 11 de dezembro de 2015, Carlos Corrêa invadiu armado o Hotel Kindermann onde eventualmente estavam alguns membros da diretoria do clube de futebol feminino que levava o nome do hotel.
Na sala estavam o presidente Salésio Kindermann, o vice Richard Kindermann, o técnico da equipe, Josué Kaercher, além de outros funcionários.
Carlos chegou no local uma sacola. Na sala de reuniões ele sacou um revólver, pegou uma garrafa de uísque, copo, gelo e cigarro. Ele tinha várias munições nos bolsos.
O homem passou a fazer ameaças e chegou a dizer que ninguém sairia vivo da sala. Ele tinha uma lista de nomes e pediu que mais pessoas ligadas ao clube fossem chamadas na sala.
Carlos efetuou um disparo contra Josué e atingiu o peito do técnico. Em seguida mirou contra o Richard e apertou o gatilho, mas a arma falhou. Neste momento, Richard entrou em luta corporal com o acusado e com a ajuda das demais pessoas conseguiu imobilizar o atirador.
O atirador alegava que o ato era um acerto de contas por ele ter sido demitido da equipe. Carlinhos treinou o time sub 17 no início do ano, mas foi desligado depois que fez uma viagem com a equipe bêbado.
Josué foi socorrido pelos Bombeiros Voluntários, mas morreu ao dar entrada no Hospital Maicé.
Carlos foi preso no local e encaminhado à Delegacia onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. A arma usada também foi apreendida. Em revista pessoal, foram encotradas mais 50 munições intactas.
Alguns dias depois do homicídio, o Kindermann anunciou o encerramento das atividades. Naquele ano, o time de futebol feminino de Caçador havia conquistado o título da Copa do Brasil.
Júri Popular
Calinhos, acusado pelo assassinato de Josué Henrique Kaercher irá a júri popular. A decisão foi do juiz da Vara Criminal da Comarca de Caçador, Rodrigo Dadalt que proferiu no dia 31 de agosto, sentença de pronúncia que submete a júri popular o réu Carlos José Corrêa. A data para o julgamento ainda não foi definida.
O acusado irá responder por cinco crimes: homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, cárcere privado, constrangimento ilegal e posse irregular de arma de fogo. Se condenado a pena máxima de cada um dos crimes, o réu pode pegar 67 anos de prisão.