Completou sete anos nessa segunda-feira, 26, o falecimento do padre Evaldo Guedes Martiol, que foi brutalmente assassinado durante um assalto ocorrido em Caçador. O religioso foi morto em 26 de setembro de 2009, na estrada da Linha São Pedro, interior do município. O caso ainda gera muita comoção na cidade e em todo o Estado.
Apesar da tristeza da sua morte, o padre, que atuou por 1 ano e 9 meses em Caçador, deixou uma história repleta de alegria. As lembranças do seu carisma e atuação junto à comunidade são contadas até hoje. Como a dona de casa Maria da Luz Belo, de 69 anos, que guarda fotos do padre e boas recordações.
"Ele era da família, vinha sempre na minha casa e considerava eu e meu falecido marido quase como pais. Aprendi muitas coisas boas com ele sobre a Igreja. O padre Evaldo gostava de ensinar para o bem das pessoas", comenta a moradora do bairro Berger.
Dona Maria da Luz guarda boas recordações do Padre
A forte personalidade de um padre sorridente e humilde é o ponto marcante da sua trajetória em Caçador. A comunidade fala sobre ele como uma pessoa querida, alegre, e sempre disposta a ajudar o próximo e a levar os ensinamentos cristãos às pessoas.
"Uma coisa que marcou muito é que ele visitava bastante as pessoas. Ele não media esforços para ir até as famílias e doentes, e lembro que chegava a fazer calo nos pés de tanto andar. Tanto é que no dia do seu assassinato ele voltava da visita de uma família. Sem dúvida ele era muito especial para todos, não só para mim. Pode perguntar para qualquer pessoa que o conheceu. Ele era assim", acrescenta Dona Maria.
"Vítima de uma sociedade violenta"
Era noite de um sábado e padre Evaldo voltava de uma janta no bairro Martello. Dois rapazes o pararam na rua e pediram carona. Após embarcarem no Fiat Uno do padre, os bandidos anunciaram o assalto e o fizeram dirigir até a Linha São Pedro. No Local, já durante a madrugada do dia seguinte, Jeferson Mello da Silva, na época com 21 anos, e um adolescente de 15, efetuaram o roubo e mataram o padre com quatro tiros. Jeferson foi condenado a 26 anos de prisão.
Padre Márcio, do Berger, fala sobre a violência na sociedade
O modo como o religioso foi assassinato chamou a atenção para a violência. O padre Márcio Martins Rosa, pároco da Igreja do Berger, lembra do crime como um fato muito triste.
"Padre Evaldo foi mais uma vítima dessa sociedade violenta, onde existe muita desigualdade e injustiça. Assim como ele, tantos outros jovens são vítimas das drogas, da violência e dos crimes", comenta.
Para o padre Márcio, lembrar da morte de Evaldo é importante para que sociedade evolua e aprenda que a violência é um grande mal que deve ser extinto.
"Para nós, cristãos, acreditamos que a morte não é o fim. Mesmo com a dor da sua ida, sabemos que ele está diante de Deus, ressuscitado, e na comunhão dos santos ele intercede por todos nós. Queremos que isso nunca mais aconteça com ninguém", finaliza.
Padre Evaldo é lembrado como uma pessoa muito feliz