Apontado pela polícia como suposto serial killer, Fábio da Silva, 22 anos, está preso desde o dia 29 de abril. Nos primeiros dias após ser detido, ele não falou uma palavra sequer. Mas em novo depoimento essa semana, o jovem confessou os homicídios de Lucas Pereira, 22, e Clarice Justine de Andrade, 23.
Fábio foi quem levou a polícia até o local onde esquartejou e enterrou Clarice, numa propriedade rural na Linha Caixa D´Água, distante três quilômetros onde matou Lucas da mesma forma.
Em entrevista ao Portal Caçador Online, o advogado Giancarlo Schveitzer, indicado para atuar na defesa, contou o que ouviu de Fábio desde quarta-feira, 4 de maio, quando assumiu o caso.
“Eu cheguei a Caçador nesta semana, conversei com o delegado Eduardo Mattos e depois falei com Fábio. Expliquei a sua situação e ele resolveu colaborar com a polícia. Percebi que ele está acuado e sentindo que acabou com a sua vida. Pediu para ver os filhos. Está muito assustado com tudo isso”, afirmou o advogado, revelando que Fábio tentou suicídio por duas vezes dentro do presídio.
Sobre os homicídios, o advogado disse que Fábio não lembra dos esquartejamentos. “Fábio disse a mim que houve um desentendimento banal com Lucas e que este estava muito embriagado e foi até o carro de meu cliente para dormir. Neste momento Lucas foi asfixiado e morto. Fábio não lembra do esquartejamento”, esclareceu o defensor.
O advogado disse ainda que Fábio tem visões do pai, assassinado em 2013, e que este estaria influenciando em cometer os crimes. “Meu cliente disse ainda que o pai o iria tirar da cadeia”, revelou.
Fábio afirma que não há mais vítimas
Fábio contou ao advogado que foram duas vítimas e que não existe uma terceira. Em relação ao vídeo gravado dos esquartejamentos, ele contou que não tinha a intenção de gravar, porém era noite e que usou o flash do celular para iluminar o local e percebeu a filmagem dias depois quando buscou ajuda da mãe.
De acordo com o advogado, ainda é cedo para afirmar se continuará na defesa de Fábio até o fim do caso, sendo o principal problema é a distância, pois reside em Curitibanos.
“Fui chamado pela família por já defender ele em Curitibanos, e pelo fato de Fábio não aceitar outro advogado. É importante as pessoas saberem que é obrigatório um advogado para que o processo tenha sequência. Outro advogado de Caçador se propôs a fazer a defesa, mas foi recusado”, comentou.
Depois de concluído o inquérito policiail, o caso é encaminhado ao Fórum onde o Ministério Público avalia as provas e formula a denúncia. Então o advogado terá 10 dias para apresentar a primeira defesa.
Advogado defende Fábio e mãe da morte do pai
O advogado Giancarlo Schveitzer é o defensor de Fábio e da mãe, Suzana da Silva, no assassinato do pai, Valdeci Bento da Silva, morto em 2013, onde Suzana é acusada do crime e Fábio é indiciado pela ocultação.
Conforme o defensor, ele estava cuidando do caso, porém desde que vieram embora para Caçador, teve muita dificuldade de manter contato e com isso ficou difícil dar sequência no caso, além da questão financeira.
“Em Curitibanos já tem a sentença de pronúncia do caso e o juiz pronunciou mãe e filho a júri popular; Suzana responde por homicídio e Fábio pela ocultação. Porém sabe-se que Valdeci era uma pessoa muito violenta e que agredia a esposa e os filhos e também tentou contra a vida da minha cliente. Há histórico e boletins de ocorrências registrados dos fatos”, detalhou.
Suzana aguarda julgamento em liberdade e segundo o seu defensor, ela não chegou a ser presa por se apresentar dias depois do crime acompanhado dele. “Depois do crime, fui procurado por Suzana e orientei ela a se apresentar à polícia e com isso, e ficou respondendo o processo em liberdade”, disse.