Médicos enganjados por um hospital melhor

O Portal Caçador Online, em parceria com outros veículos de comunicação, inicia uma série de reportagens que tem como objetivo apresentar a comunidade o trabalho, as obras, os investimentos e o funcionamento do Hospital Maicé. Esse projeto contará com a parceria de colaboradores, apoiadores e parceiros da instituição, que estão engajados para que o Maicé se torne referência em atendimento.

O primeiro entrevistado é o neurocirurgião Stefan Szylewicz, que atua em Caçador há mais de seis anos. Formado em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes em 2002, fez a residência médica em neurocirurgia em Bragança Paulista, concluindo a mesma em 2008. Depois disso, passou a atuar em uma grande equipe na capital paulista, atendendo em vários hospitais privados, onde adquiriu grande experiência. Além do conhecimento adquirido durante o período de faculdade e em atendimentos, o médico está em constante aperfeiçoamento.

“Participo de eventos continuamente. São congressos dentro e fora do país. A formação médica não é a apenas a faculdade e a residência. Ela é dinâmica, pois todo dia acontecem mudanças”, enaltece.

Ele conta que a vinda para Caçador foi justamente para atuar no Hospital. “Em São Paulo havia dois principais problemas: o trânsito e a violência. O fato de já ter constituído família e de ter uma filha pequena pesou bastante. Buscamos então um lugar com potencial de crescimento e que tivesse necessidade de um profissional na área. Encontrei o Hospital Maicé por meio da internet e assim iniciamos o contato”, relata.

Mudanças e melhorias
O médico salienta que todas as mudanças darão frutos. ”O que temos de palpável no momento são as obras. No primeiro momento será feita a estruturação, que era necessária e que, com isso, o Maicé tem a possibilidade de se tornar referência na região. Na área da neurocirurgia, sempre foi referência, desde antes da minha chegada, por isso a necessidade de mais profissionais”, destaca.

Ele frisa que os 20 leitos de UTI serão muito importantes visto que hoje a ala está lotada. “Isso significa que essa ampliação é uma necessidade para ontem. Todas essas mudanças estruturais são básicas, iniciais, que serão melhores para todos os envolvidos. Acredito que essas mudanças serão vivenciadas em curto e médio prazo. Em longo prazo, teremos outras modificações, que serão os detalhes que farão a diferença depois”, diz.

O neurocirurgião salienta que esse projeto era necessário, e que o pedido já vinha sendo feito, mas não tinha, até então, como fluir. “O país está em uma crise financeira gigante. O investimento do poder público é escasso. Quando realmente existe uma mobilização, que vai melhorar, é sempre bom. A estrutura física é o início dessa mudança”, acrescenta.

O papel da população
 “O Maicé é um hospital único em uma cidade de quase cem mil habitantes e que atende tudo e todos. A perfeição não existe. Temos que tentar fazer o que é bom. A população tem que estar consciente que ninguém quer problema, todos querem que aconteça da melhor forma possível. Existem transtornos. Obra traz transtorno, por exemplo. Quem não entender isso não vai conseguir pensar para frente. Não tem como construir um hospital novo e deixar o Maicé parado”, constata.

Doutor Stefan fala ainda sobre a queixa mais comum em relação ao atendimento, que é a demora no atendimento. “É importante entender que existem prioridades de atendimento. As emergências reais, as pessoas que estão entre a vida e a morte vão ser atendidas primeiro. Não existe como ser diferente. A população pode ajudar tendo essa visão e esse bom senso. É importante que as pessoas analisem cada situação e percebam a razão pela qual ocorreu a demora. É preciso avaliar a situação durante a espera e ver se chegou alguma uma emergência, um caso difícil ou ainda se haviam pessoas na frente para serem atendidas”, completa.