Essa semana, a vice-prefeita, Luciane Pereira, esteve na Corporação dos Bombeiros Voluntários para conhecer as cartilhas do projeto “Bombeiros Voluntários na escola – Prevenindo acidentes”. O projeto teve início em 2011, quando Luciane ocupava o cargo de Secretária Municipal de Educação.
“Na época, eu apresentei o projeto para a Luciane e ela pediu para que eu formalizasse a ideia para executarmos nas escolas”, comenta Giancarlo Oliveira, bombeiro voluntário e criador do projeto.
Conforme explica, a ideia de criar um projeto voltado às escolas surgiu da necessidade de capacitar os profissionais da educação para atenderem ocorrências simples do dia a dia.
“Quando estava no setor operacional, percebi que regularmente era deslocada uma ambulância para as escolas. Muitas vezes, realmente, se fazia necessária a equipe de socorro, porém em outras, o ocorrido não era grave e algumas escolas estavam bem próximas do Posto de Saúde. Indiferente a gravidade da ocorrência, os próprios profissionais admitiam o desconhecimento e despreparo nessas situações. Em ocorrências simples, alguns procedimentos básicos podem reverter a situação, mas isso não acontecia justamente pela falta de informação, então, decidimos elaborar um projeto para capacitá-los”, lembra.
“Na época, quando o Giancarlo me apresentou o programa, além dos dados alarmantes de acidentes nas escolas, outro fato que me chamou a atenção é que muitas crianças ficam em casa sozinhas quando os pais vão trabalhar, e que esse conhecimento repassado nas escolas é uma forma de reduzir acidentes domésticos também”, comenta Luciane.
Após a formalização do projeto, Giancarlo passou a executar a primeira etapa, que consistia em capacitar os professores. “Cerca de 280 profissionais receberam o curso. Na segunda etapa, montamos, com a ajuda de alguns patrocinadores, kits de primeiros socorros. No ano seguinte faríamos a terceira etapa, que seria o trabalho direto com as crianças nas escolas, mas não demos continuidade porque faltavam as cartilhas”, esclarece.
Conforme o bombeiro, o auxílio da equipe da Secretaria de Educação na época fez toda a diferença. “Em 2013 fizemos a avaliação: nos anos de 2010 e 2011, quando o projeto não existia cerca de 350 ocorrências em escolas foram atendidas, em 2012, ano em que iniciamos o projeto, o número caiu para 203 ocorrências. Fizemos um excelente trabalho com a equipe da educação daquele ano, atendemos todas as escolas municipais, inclusive, as do interior, tanto que o trabalho ganhou repercussão nacional com uma reportagem da Revista Emergência”, destaca.
Após quatro anos sem ser realizado, o projeto deve voltar esse ano. “Recebemos no ano passado as cartilhas, que serão distribuídas nas escolas e nosso objetivo é atingir 100 % dos alunos”, afirma.
Conforme o bombeiro, a cartilha “Prevenção – O procedimento mais eficiente em emergências”, adquirida por meio do programa Saúde na Escola, do Governo Federal, será utilizada com alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Já a cartilha “Bombeiros em Ação”, patrocinada por diversas instituições, será trabalhada com o Ensino Fundamental I.
Para Luciane, saber que o projeto, finalmente, irá retornar às escolas é motivo de alegria e satisfação. “Eu sou apaixonada, porque é um projeto de voluntariado e cidadania. Trabalhar com conscientização, apesar de ter efeito em longo prazo, é um trabalho muito bonito, valoroso, e que vale a pena”, afirma.