Pesquisadores da Estação Experimental da Epagri de Caçador devem lançar, em julho, durante o Enfrute, novas variedades de maçã. As cultivares são resultados do programa de melhoramento genético da maçã, com o objetivo de oferecer mais opções aos produtores catarinenses.
Segundo o pesquisador Marcus Vinicius Kvitschal, em entrevista ao programa Panorama Agrícola, do Governo do Estado, uma das novas variedades, a Valentina, foi mostrada recentemente em um Dia de Campo. A cultivar é diferenciada por dois aspectos:
“Primeiro ela é resistente à mancha foliar de glomerella, que é uma das principais doenças na região Meio Oeste catarinense. O outro diferencial é a maturação tardia, depois da época da Fuji. Com o oferecimento dessa variedade, esperamos que o setor produtivo possa ampliar o calendário de colheita, o que hoje não acontece no Brasil”.
De acordo com o representante da Epagri, a cultivar mais comum na região, a Fuji, tem colheita até o final de março. Já a Valentina seria para a segunda quinzena de abril.
O lançamento oficial da Valentina está marcado para dias 28, 29 e 30 de julho, em Fraiburgo, juntamente com mais outras duas variedades de maça.
“Temos a Brunela, que é de maturação precoce, na mesma época ou até um pouco antes da colheita da Gala. Ela também é resistente á macha, mas o que mais chama a atenção nessa cultivar precoce é a crocância e a suculência”, revela Marcus Vinícius.
Já a terceira variedade vai se chamar Nirvana, caracterizada pela maturação de meia estação. A ideia com essa cultivar é tentar otimizar o uso da mão de obra na propriedade rural, proporcionando uma produção alternativa, entre as colheitas das variedades mais comuns, a Gala e a Fuji.
“A ideia é oferecer mais opções ao setor produtivo, para que eles possam trabalhar com diversificação de épocas de colheita, com variedades. Embora existam métodos para antecipar e retardar maturação do pomar, são tecnologias caras. O objetivo da nossa pesquisa é oferecer alternativas para o produtor trabalhar antes da Gala, entre a Gala e a Fuji e até depois da Fuji”, conclui o pesquisador na entrevista ao Programa Agrícola (www.sc.gov.br).
Em números, o objetivo é dobrar o período de colheita da maçã que hoje varia de 2 a 2,5 meses para 4 a 4,5 meses, entre final de janeiro e início de maio.
No ano de 2011 pesquisadores da Epagri de Caçador desenvolveram a Daiane, cultivar de maçã que pode ser plantada em climas um pouco mais quentes.