Segue detido no Presídio Regional de Caçador Rodrigo Correa Fronzza, 21 anos, acusado de causar um acidente que resultou na morte de um casal de jovens do Paraná. A tragédia aconteceu no último dia 22 de fevereiro, na SC 135 entre Rio das Antas e Videira.
Fronzza, que foi preso em flagrante no local do acidente, estava dirigindo alcoolizado. Ele ainda cometeu outras infrações previstas no código de trânsito, como revelou o promotor Gabriel Ricardo Zanon Meyer, em entrevista ao Portal Caçador Online.
De acordo com o promotor, que ofereceu denúncia contra Fronzza por duplo homicídio doloso (quando assume o risco de matar), o caso pode ser levado a júri popular. Tudo vai depender de uma audiência no próximo dia 13 de maio.
Promotor Gabriel Ricardo Zanon Meyer
“Foi uma série de fatores que nos levam a crer que não se trata de uma mera imprudência. Acidentes acontecem, mas neste caso, creio que ele assumiu um risco de causar o acidente, machucar ou até mesmo matar pessoas. Mesmo estando impossibilitado de dirigir, pegou a caminhonete e iria percorrer de Caçador a Fraiburgo, um trajeto longo para se dirigir sob efeito de álcool”, detalhou o promotor.
Juliano Luiz Ferreira, 23 anos, e Mônica Cristina Pilaski, 20, estavam em um Gol de Ponta Grossa (PR), que foi atingido em cheio pela caminhonete F 4000. Eles haviam se casado há cerca de um mês e estavam em viagem de lua de mel.
Infrações
Além de estar dirigindo embriagado, Fronzza cometeu outras infrações previstas no código de trânsito, segundo o promotor. Ele tinha habilitação para categorias A e B, ou seja, para carro e moto. No acidente, ele conduzia uma F4000, veículo que exige categoria C na CNH.
A segunda infração diz respeito à velocidade. Fronzza estava acima do permitido no trecho da rodovia, que é de 80Km/h.
Em relação ao crime de conduzir veículo automotor sob efeito de álcool, há um limite tolerável de 0,06 decigramas de álcool por litro de sangue, que prevê apenas autuação. No caso de Fronzza, o exame constatou 0,20 decigramas por litro de sangue. Após o acidente o motorista chegou a dormir na viatura da polícia.
Reincidente
Para o promotor, o fato ser reincidente em embriaguez ao volante pode complicar a vida do acusado. “Há um histórico de embriaguez ao volante desse jovem, sendo que a ocasião anterior foi em Caçador, na Ponte Antônio Bortollon. Ele foi em flagrante e liberado após o pagamento de fiança, procedimento este que é normal por não haver vítima”, explica o representante do Ministério Público.
O promotor revela que, por conta do acidente na ponte, Fronzza já havia sido denunciado e o processo estava tramitando quando ocorreu o segundo acidente. “Ele violou a confiança que o juiz deu a ele por permitir cumprir a pena em liberdade. Este é mais um fator que consta na denúncia”, frisa Gabriel Ricardo Zanon Meyer.
Júri popular
De acordo com o promotor, a consequência de um homicídio doloso é a possibilidade de Rodrigo Fronzza ser julgado pelo Tribunal do Júri. “Isso é uma decisão que ainda não foi tomada. O processo acaba de se iniciar. Foi oferecida a denúncia, a defesa pode produzir as provas de igualdade com a acusação e a partir disso o juiz irá decidir se o réu será submetido a júri popular”, esclarece.
"A primeira audiência do caso para ouvir testemunhas, além do acusado e o acusado, está marcada para dia 13 de maio. Após essas oitivas, o juiz vai decidir qual a forma ideal de julgamento”, finalizou o promotor.
Pena pode passar de 10 anos
Segundo o promotor, se houver condenação, a pena pode chegar há 10 anos entre os dois homicídios e embriaguez ao volante. Além disso devem pesar os antecedentes.
Rodrigo Fronzza segue preso. A defesa dele apresentou um pedido da de revogação de pena, o qual foi indeferido pela promotoria e negado pelo juiz.
“Em 2013 tivemos um julgamento de morte no trânsito, situação em que o acusado teria efetuado uma ultrapassagem em uma curva e acabou vitimando uma família. Nestes dois casos pode se tirar como semelhança o uso irresponsável de um veículo. O carro sendo usado como uma arma. A pessoa dirige de forma imprudente e ainda coloca em risco vidas dos outros. Vemos isso sempre nas estradas e infelizmente em Caçador pela segunda vez temos um caso dessa natureza”, conclui o promotor.