O caso que ficou conhecido como “Viúva Negra” em Caçador ganhou repercussão no programa Fantástico, da Rede Globo. A reportagem, exibida na noite deste domingo, 30, revelou o nome das outras três possíveis vítimas de Marli Teles de Souza, 46 anos, presa na última terça-feira, 25.
Segundo o delegado regional Fabiano Locatelli, no dia da prisão, a polícia encontrou na casa de Marli uma pasta com documentos dos quatro homens que ela manteve algum tipo de relacionamento nos últimos 14 anos, todos mortos.
Além do homicídio de Rui Nadarci Dias de Oliveira, 60 anos, com quem Marli teve um filho em 1993, ela é suspeita da morte dos ex-maridos Nilson de Souza, 36 anos, e Vânio Nórdio, 38 anos, e do namorado Jocenir de Carvalho, 32 anos.
Segundo a reportagem, os ex-companheiros morreram todos em circustâncias semelhantes, com ataque cardíaco e epilepsia, o que leva a polícia a acreditar que Marli colocava medicamentos de uso controlado na bebida das vítimas.
O saldo dos golpes da “viúva negra” seriam duas casas, dois seguros de vida e uma pensão.
Nilson de Souza, 36 anos, policial militar e marido de Marli, morto em 2000. (Marli passou a receber pensão mensal).
Vânio Nórdio, 38 anos, operador de máquinas e marido de Marli, morto em 2011. (Marli sacou um seguro de valor não confirmado pela polícia).
Jocenir de Carvalho, 32 anos, agricultor e namorado de Marli, morto em 2012. (Marli sacou um seguro de R$ 195 mil).
Rui Nadarci Dias de Oliveira, 60 anos, teve um filho com Marli em 1993. Morto em 2014. (Marli pretendia sacar um seguro de R$ 1,26 milhão, mas foi descoberta e presa antes).
Na reportagem do Fantástico a irmão de Jocenir, Marinêz de Carvalho, confirma que o irmão assinou um seguro de vida no valor de R$ 195 mil e quem ficou com esse dinheiro foi Marli.
De acordo com o delegado Fabiano Locatelli, a polícia chegou a investigar a morte de Jocenir em 2013 depois que Marli retirou o seguro.
“Fizemos a exumação do corpo para tentar provar que não foi uma morte natural, no entanto já havia passado um ano do falecimento e não foi possível detectar a presença de substâncias. Dessa forma o caso foi arquivado por falta de provas”, lembrou.
Uma quinta vítima, um outro namorado de Marli, cujo nome não foi revelado, também concedeu entrevista contando que terminou o relacionamento quando a mulher propôs um seguro de vida. "Ela falou pra eu fazer o seguro que ela pagava a mensalidade. Eu não aceitei e sai fora do relacionamento", revelou.
Ainda segundo Locatelli, os casos suspeitos deverão ter os inquéritos reabertos pela polícia.
“O caso do Rui nós podemos afirmar com certeza que a Marli planejou tudo. A investigação tem um conjunto robusto de provas. Nos demais casos ela é suspeita, pois todos morreram em circunstâncias semelhantes, tendo ataque cardíaco e epilepsia”, finalizou o delegado.
Marli e o filho Ulisses estão no Presídio Regional de Caçador e responderão por quatro crimes, incluindo homicídio duplamente qualificado.
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