Nos últimos anos, campanhas de prevenção ao câncer de próstata vem sendo intensificado em todo o país. Isso porque é a segunda maior causa de mortes em homens no Brasil, perdendo somente para o câncer de pele. Nos mesmos moldes do Outubro Rosa, foi realizado o Novembro Azul, para conscientizar as pessoas sobre o câncer da próstata e a importância do diagnóstico precoce e consequentemente diminuir a taxa de mortalidade.
O urologista Ademar Schimitz conta que os índices de casos são alarmantes, sendo o primeiro tumor que manifesta somente em homens e o segundo em maior número de mortes. Segundo o especialista, o maior problema enfrentado ainda é o preconceito no exame de toque.
“Os homens ainda tem preconceito. Hoje temos dois exames principais, sendo de sangue e o toque, porém é aconselhável fazer os dois, pois um complementa o outro e gera um resultado mais preciso”, afirmou o médico.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o câncer de próstata em 2014 é de 68.800 novos casos, ou seja, a descoberta de um caso a cada 7,6 minutos. Número de mortes em 2011 foi 13.129, ou seja, um óbito a cada 40 minutos.
“Descobrindo a doença no início, o paciente tem 90% de chances de cura. Dados estatísticos mostram que a cada seis homens, um pode desenvolver a doença e a cada 36 casos, um termina em óbito”, explicou o urologista.
Segundo Ademar, o câncer de próstata não tem sintomas no início e o tratamento é somente para a próstata. Ele conta ainda que quando inicia sintomas como: problemas nos ossos, dor nas costas e dificuldade para urinar, a doença já está em fase avançada e o tratamento é para tratar das complicações e não da próstata propriamente dita.
“Os homens devem fazer os exames preventivos a partir dos 45 anos. Caso tenha casos na família, isso deve ser feito de 5 a 10 anos antes”, esclareceu o médico.
Ademar comentou que estão propícias a desenvolver o câncer de próstata pessoas da raça negra, quem tem alimentação baseada em gordura animal, sedentários e obesos. “Isso não quer dizer que as pessoas que tenham estes hábitos tenham câncer, mas estão mais suscetíveis a manifestação do tumor. Também não há nada que possa evitar a doença, por isso a importância dos exames preventivos frequentes, para que se tiver o câncer, seja descoberto no início e as chances de cura sejam bem maiores”, frisou.
O médico explica que tem dois tipos de tratamento, sendo cirúrgico e radioterápico. Ele afirma ainda que em casos do tumor estar avançado, o tratamento passa a ser para as complicações decorrentes ao câncer e não mais a doença.
“Um dos maiores problemas enfrentados pelo INCA ou até mesmo pela Sociedade Brasileira de Urologia são os dados estatísticos, os quais ainda não são tão precisos como deveria ser. Nós profissionais ficamos sabendo do caso por causa do acompanhamento, mas o paciente vai entrar para estatística muito tempo depois”, detalhou o urologista.