O delegado da Divisão de Furtos e Roubos da Divisão Estadual de Investigações Criminais (DEIC), Anselmo Cruz, afirma que ainda não tem indícios da participação de Rogério Mattos da Luz, o Batman, 37 anos, um dos assaltantes mais procurados do Brasil, no furto de dinamites, ocorrido em uma mineradora em Caçador na madrugada do dia 20, preso na madrugada desta terça-feira, 28, em Garuva.
Ao delegado, Batman negou envolvimento em crimes no Estado e afirmou que iria para Joinville trabalhar com revenda de carros.
“Suspeitamos que ele estava na fase de começar a montar uma quadrilha aqui”, afirmou o delegado.
O assaltante recebeu a visita de duas advogadas e, à tarde, foi encaminhado para a Penitenciária de Florianópolis.
Em Santa Catarina, Batman tem condenação de cinco anos de prisão por lesão corporal e associação criminosa, em Itapema.
Agora, a polícia acredita que seja transferido para o sistema prisional do Paraná, onde tem quatro prisões decretadas por envolvimento em roubos.
No dia 9 do mês passado, o DC publicou reportagem com as suspeitas das polícias do Paraná e Santa Catarina que pudesse estar refugiado no Estado.
Além disso, há investigações que o apontam como suspeito do assalto milionário ao Banco do Brasil em Santa Cecília, na Serra, no dia 1º de agosto, em uma ação que foi considerada inédita no Estado pelo grande número de reféns na frente da agência.
Como a polícia prendeu em Santa Catarina
um dos assaltantes mais procurados do Brasil
A prisão nesta terça-feira em solo catarinense de um dos assaltantes maisprocurados do Brasil, Rogério Mattos da Luz, o Batman, 37 anos, revelou mais uma vez que o Estado é rota de fuga de bandidos que buscam facilidades de esconderijo no litoral ou até mesmo de mobilidade em cidades de médio porte.
Foragido com cinco mandados de prisão, sendo quatro do Paraná por envolvimento em grandes assaltos a bancos e a carros-fortes, o criminoso foi preso em uma abordagem graças a desconfiança e a insistência de policiais do Núcleo de Operações Especiais (NOE) da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina ao verificar a documentação apresentada pelo motorista.
Tanto a PRF quanto a Polícia Civil de Santa Catarina garantem que a prisão do assaltante não foi em razão de informações de inteligência como monitoramento pessoal ou grampo telefônico.
Era por volta de 0h30min da madrugada desta terça-feira quando os policiais rodoviários escolhiam veículos suspeitos para abordar na praça de pedágio da BR-101.
Não era uma grande blitz visível como a que estava montada na mesma noite a alguns quilômetros dali, em frente ao posto da PRF em Pirabeiraba, em Joinville, com homens da Força Nacional de Segurança.
Batman estava com outro homem num Golf com placas de Curitiba quando um policial fez a abordagem, no local de pagamento da tarifa.
O motorista apresentou permissão para dirigir, documento transitório de habilitação que antecede à habilitação definitiva.
Como a idade que constava era 37 anos, o policial estranhou o condutor ainda não ter a carteira de motorista definitiva, além de o documento ter sido emitido no Estado do Paraná — a carteira de identidade que portava havia sido expedida em Minas Gerais.
O nome que aparecia nos dois documentos era Rogério Mattos, sem o último sobrenome (Luz). Ao lançar em computadores e redes de comunicação policial, a equipe verificou outros dados, a fotografia e logo descobriu que se tratava do bandido procurado.
“Os policiais passaram a vasculhar os dados com a ajuda de computador e descobriu que se tratava do assaltante foragido. Ele (Batman) estava tranquilo porque achou que ia passar, mas foi alvo de policiais experientes”, disse o inspetor-chefe de comunicação da PRF, Luiz Graziano.
Outro detalhe que chamou a atenção dos policiais era que o carona tinha antecedentes criminais, embora não fosse foragido.
Batman portava cinco telefones celulares e cartões de revenda de carros. Levado à Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis, foi autuado em flagrante pelo uso de documentos falsos.
Para o delegado da Polícia Federal, Ildo Rosa, criminosos procurados em outros estados costumam vir para Santa Catarina acreditando que aqui encontrarão facilidade de mobilidade, movimentação fácil de dinheiro e de logística nas cidades de médio porte.
“O trabalho de inteligência tem sido o diferencial, provando que investigação não se resume apenas ao grampo policial. É preciso destacar que há informações sendo trocadas entre as polícias, que estão articuladas”, destaca Ildo.
A polícia diz que há outros motivos pelos quais foragidos buscam o refúgio em Santa Catarina como a facilidade para alugar imóveis, principalmente casas e apartamentos em regiões litorâneas ou mesmo de pernoitar em pequenos hotéis e pousadas sem apresentar documentos.