Por decisão judicial, a Câmara Municipal de Caçador suspendeu votação do processo de cassação do vereador Pastor Vilso Soares dos Santos (PDT), prevista para acontecer na sessão desta terça-feira, 20. O mandado de segurança foi apresentado por um oficial de justiça às 18h24, quando a sessão estava prestes a começar. Com isso, a mesa diretora retirou a matéria da pauta.
No mandado, o juiz substituto da 2ª Vara cível da Comarca de Caçador, Edison Alvanir Anjos de Oliveira Junior, concede a liminar pedida pelos advogados da defesa, determinando “a suspensão do procecimento disciplinar instaurado pela comissão de ética e decoro parlamentar em desfavor de Vilso Soares dos Santos”.
O documento solicita ainda que a Câmara envie em até 10 dias, toda a documentação do processo para análise do Poder Judiciário. “Agora vamos encaminhar todos os documentos para que o juiz analise e decida se o processo volta para votação ou se a comissão deverá refazê-lo”, explicou o presidente Carlos Evandro Luz.
“Agora pelo menos serei ouvido”, desabafa Soares
O pastor Vilso Soares (PDT) fez uso da palavra ao final da sessão e comemorou a oportunidade de ampliar sua defesa. “Agora pelo menos serei ouvido, coisa que a comissão não fez. Deveriam ter ouvido meu advogado, minhas testemunhas. Não me deram chance de defesa”, desabafou.
Soares voltou a afirmar que não cometeu crime algum. “Eu ter assumido a coordenação regional da Igreja Quadrangular em Lages não é ilegal nem imoral. Lá permaneço alguns dias da semana, mas continuo morando em Caçador. Minha residência é no município onde fui eleito e sempre fui um vereador atuante”, acrescentou.
Em entrevista, Vilso Soares afirmou ainda que seu posicionamento político será outro na Câmara a partir de agora. “Quero continuar trabalhando, mas algumas coisas irão mudar. Meu posicionamento político vai mudar, até porque fui vítima de uma perseguição política. Mas vou continuar votando de acordo com minha consciência pelo bem da comunidade caçadorense”, finalizou.
“A liminar é uma suspensão do processo, não o julgamento”, rebate Valmor
O presidente da comissão de ética e decoro parlamentar, Valmor de Paula (PT), disse respeitar a decisão judicial, mas lembrou que a liminar é uma suspensão do processo e que ainda não houve julgamento do mérito.
“O Pastor Vilso Soares teve sim o momento de sua defesa, tanto no Ministério Público quanto na comissão. Em relação as testemunhas nós ouvimos pessoas aleatoriamente e volto a afirmar que todas declararam que ele reside atualmente em Lages, em desacordo portanto com a Lei Orgânica”, argumentou.
“Vamos encaminhar toda a documentação ao Poder Judiciário para que o magistrado decida se mantém o mandado de segurança ou não. Se precisar faremos todo o trabalho novamente, pois o mérito do processo ainda não foi julgado”, finalizou.