O presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Caçador, vereador Valmor de Paula (PT), apresentou na sessão desta segunda-feira, 12, a análise final do processo que pede a cassação do Pastor Vilso Soares (PDT), de autoria do Ministério Público Estadual. O relatório foi entregue para o presidente da Casa, Carlos Evandro Luz (PMDB).
De acordo com leitura realizada em plenário, o parecer da comissão foi unânime pela cassação de Vilso Soares, acusado de residir em Lages, fora do domicílio onde foi eleito vereador no último pleito, o que confira ato de improbidade administrativa. “Não podemos concordar com uma irregularidade que está estampada. O vereador não reside em Caçador e isso significa perder o mandato”, declarou Valmor, que integra a comissão juntamente com Jorge Savi (PSD) e Neri Vezaro (PMDB).
Agora o relatório será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça, sendo colocado em seguida para votação em plenário. “Esperamos que essa votação seja realizada de forma conclusiva na próxima semana, nas últimas sessões de maio”, disse o presidente Carlos Evandro Luz, lembrando que o voto é aberto.
Se a maioria dos vereadores votar pela cassação, a cadeira de Vilso Soares passa a ser ocupada pelo suplente Fernando Scolaro (PDT).
Entenda o caso
Em dezembro de 2012, o Pastor Vilso Soares (PDT), reeleito vereador em Caçador, foi convidado a assumir a regional de Lages da Igreja Quadrangular. A partir de então, ele passou a dividir sua rotina entre os dois municípios.
Porém, de acordo com o Ministério Público, o vereador ficava em Caçador apenas nas segundas e terças-feiras, dias de sessões ordinárias.
Comissão realizou investigação própria
Mediante recebimento do inquérito do Ministério Público, em 7 de fevereiro, e posterior defesa do vereador Vilso Soares, em março, a Comissão de ética realizou diligências próprias. A investigação confirmou provas já observadas pelo MP, que sustentam o parecer pela cassação.
“Temos quatro notas fiscais de um hotel de Caçador que mostram que o vereador se hospedou em outubro e novembro. Quem alega terresidência fixa no município não precisa ficar em hotel”, argumenta Valmor de Paula.
Além disso, pesaram para o parecer uma declaração do presidente da Igreja Quadrangular de Santa Catarina, Narciso Parizotto, de que o Pastor Vilso responde pela entidade naquela região, além de depoimentos de pessoas ligadas à igreja em Caçador que também confirmam a mudança de cidade por parte do vereador.
Por fim, vizinhos afirmaram que Vilso Soares não mora mais em sua residência em Caçador.
“A Comissão trabalhou de forma transparente, sem cunho pessoal ou partidário, levando em consideração os fatos arrolados no inquérito, e com base nas provas é que finalizamos o relatório pela cassação do Pastor Vilso Soares”, concluiu Valmor.